Na semana passada, o Governo indiano revogou o estatuto de autonomia de Caxemira, uma medida explosiva para colocar a região paquistanesa sob administração mais direta de Nova Deli.
Na terça-feira, o Governo do Paquistão tinha pedido uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.
“Pedimos uma reunião de emergência do Conselho de Segurança para debater as medidas indianas que consideramos ilegais e inaceitáveis de acordo com as resoluções da ONU”, disse então o ministro dos Negócios Estrangeiros paquistanês, Shah Mahmood Qureshi, num discurso transmitido pela televisão.
O chefe da diplomacia paquistanesa afirmou que o pedido foi formalizado, numa carta dirigida ao Conselho de Segurança, cuja presidência rotativa pertence atualmente à Polónia.
“Acreditamos que as ações indianas não só põem em perigo a região, como também a paz global”, sublinhou Qureshi.
Islamabad conta com o apoio da China, que possui uma parte de Caxemira, tinha afirmado, no sábado, o mesmo responsável.
Na carta, o ministro dos Negócios Estrangeiros paquistanês acusou a Índia de implementar uma “ideologia racista” destinada a transformar Caxemira num território de maioria hindu.
Na segunda-feira da semana passada, o Governo indiano anunciou a revogação da autonomia constitucional do estado de Jammu-Caxemira.
As duas potências nucleares do sul da Ásia já travaram duas guerras pelo controlo de Caxemira.
Desde 1948, uma resolução da ONU prevê a organização de um referendo de autodeterminação em Caxemira, que se mantêm letra morta face à oposição de Nova Deli.
Diferentes grupos separatistas combatem, há décadas, a presença de cerca de 500 mil soldados indianos na região de Jammu-Caxemira, para exigir a independência do território ou a integração no Paquistão. Dezenas de milhares de pessoas, na grande maioria civis, já morreram no conflito.
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