Esta é uma das medidas acordadas numa reunião realizada hoje no MAI, em Lisboa, entre o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, e o presidente e vice-presidente da Câmara de Monforte, respetivamente, Gonçalo Lagem e Fernando Saião.
Em comunicado enviado à agência Lusa, o MAI explica que foi feita uma “avaliação da situação” de segurança em Monforte, no distrito de Portalegre, tendo ambas as partes “assumido o compromisso de aprofundamento de uma metodologia de trabalho integrada”, que conduza a uma “intervenção alargada” ao nível da segurança e da inclusão social no concelho.
O contrato local de segurança, a celebrar em breve entre o MAI e a autarquia, envolverá várias entidades com competências na área da segurança, habitação, segurança social e mediação, bem como representantes das instituições e da comunidade locais.
Os contratos locais de segurança são, segundo o Governo, "um instrumento privilegiado para colocar em prática a cooperação institucional à escala local entre administração central, autarquias e parceiros locais, em interação com a comunidade, com vista à redução de vulnerabilidades sociais, prevenção da delinquência juvenil e eliminação dos fatores criminógenos que contribuem para as taxas de criminalidade identificadas nas áreas de intervenção".
Ambas as partes acordaram também a preparação e instalação de um sistema de videovigilância na localidade, num processo a ser instruído pela GNR e que contará com o apoio da câmara.
A reunião de hoje foi realizada a pedido dos autarcas de Monforte, depois de, no dia 18 deste mês, cerca de 40 pessoas terem invadido as instalações dos bombeiros voluntários, exigindo que uma criança fosse socorrida.
“Com as medidas de contenção [por causa da pandemia], os bombeiros antes de prestarem qualquer tipo de socorro têm de se preparar, com equipamento de proteção individual, e demoram mais um bocado. Deveria ter sido acionado o 112, não pode ser assim, não podem ir ter ao quartel dos bombeiros", afirmou Gonçalo Lagem, na altura, à Lusa.
O autarca garantiu que “nunca esteve em causa” o socorro à criança, que apresenta “problemas congénitos”, sendo “normal” a mesma ser socorrida pelos bombeiros.
Segundo o presidente da câmara, em dezembro do ano passado “ocorreu um episódio de idêntica natureza” no quartel dos bombeiros, bem como “há cerca de três semanas” no Centro de Saúde de Monforte.
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) também reagiu, considerando que a invasão ao quartel dos bombeiros foi uma “atitude intolerável e abusiva”, alertando que estes atos “têm-se repetido” em vários locais do país.
Numa nota enviada à Lusa, a liga fez saber que o seu presidente, Jaime Marta Soares, enviou uma carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na qual considera como “uma atitude intolerável e abusiva” a invasão ao quartel daquela corporação do distrito de Portalegre, que fez “uso da força e da intimidação”.
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