As reivindicações para o setor dos transportes e comunicações, entregues hoje no Ministério do Trabalho, incluem aumentos salariais, redução do horário de trabalho e da idade legal de reforma, promoção do emprego e "erradicação" do trabalho precário, reforço da componente social dos transportes (com mais investimento público) e ainda maior segurança e saúde no trabalho.

O dirigente da Fectrans, José Manuel Oliveira, adiantou, durante o desfile reivindicativo, que a federação se prepara para entregar, "em princípio" na sexta-feira, uma proposta de medidas de proteção dos trabalhadores e utentes por causa da pandemia, mas não quis ainda especificar, adiantando apenas que os testes à covid-19 estão incluídos.

"Não se pode dizer que na rua não há ajuntamentos com mais de cinco pessoas e depois nos autocarros, comboios e metros possam andar com pessoas praticamente encostadas umas às outras", afirmou, explicando que a proposta da federação prevê "medidas simples", que podem ajudar no combate à pandemia e na proteção de utentes e trabalhadores.

No percurso entre o Saldanha e o Ministério do Trabalho, os manifestantes fizeram uma paragem em frente à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), para dar conta dos casos em que não houve intervenção na sequência de pedidos dos sindicatos ou que, quando o fez, "apenas ouviu o lado patronal".

O cordão humano fez ainda uma paragem junto ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, para realçar a necessidade de investimento nas empresas públicas do setor dos transportes e comunicações e para enaltecer a necessidade de uma renacionalização dos CTT.

Com palavras de ordem como "Correio nos privados, utentes mal tratados" ou "CGTP unidade sindical", o cordão humano exibiu cartazes onde se lia "redução do horário de trabalho 35 horas para todos. Conciliação da vida profissional e família".

No documento reivindicativo para o setor dos transportes e comunicações, hoje entregue ao Governo, a Fectrans acusa o patronato de, "aproveitando as medidas desequilibradas em seu favor", nas quais o 'lay-off' simplificado é o "maior exemplo", proteger os seus lucros e "passar os custos para o Estado", enquanto os trabalhadores viram os salários reduzidos e as populações enfrentam a "depauperação" dos serviços públicos.

Quanto aos salários, a federação reivindica um aumento das tabelas salariais em 90 euros e que o salário mínimo de entrada nas empresas nunca seja inferior a 850 euros.