Este cenário de levantamento de restrições por causa do combate à covid-19 foi transmitido por António Costa no final do debate sobre o pedido de autorização do Presidente da República de prorrogação do estado de emergência por novo período de 15 dias, até 02 de maio.
O líder do executivo defendeu que agora é preciso começar a definir as prioridades de qual deve ser o ritmo em termos de alívio da pressão social existente em termos de restrições à circulação e à atividade económica.
Neste contexto, António Costa disse esperar que, em maio, seja possível "reabrir as creches, que são fundamentais para apoiar as famílias e para evitar que muitas famílias estejam com perda de rendimento, ou que tenham esforço acrescido por se encontrarem em teletrabalho".
"Gostaria muito que, pelo menos no período praia/campo, as crianças do pré-escolar pudessem voltar a conviver, porque é muito importante para a sua formação", completou o primeiro-ministro.
António Costa sustentou depois a tese de que o exemplo de confiança na reabertura da atividade de trabalho deve ser dado "através da administração pública".
"Durante o mês de maio, temos de começar a restabelecer o serviço de atendimento presencial nos serviços da administração pública e pôr termo à suspensão de prazos procedimentais e processuais. A administração pública tem de transmitir ela própria a confiança necessária aos cidadãos de que podemos ir retomando o nosso ritmo de vida normal", frisou.
Ainda sobre as condições para a reabertura gradual de atividades económicas, tal como já antes afirmara o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, também o líder do executivo classificou como "fundamental tornar abundante no mercado, nas próximas duas semanas, os meios de proteção individual".
"Desde o início desta semana, já foram publicadas e validadas pelo Infarmed, após um trabalho do Centro Tecnológico do Vestuário, as normas que permitirão a massificação de máscaras de proteção comunitária no mercado português. Estão igualmente definidas as regras que vão permitir a massificação da produção de gel alcoolizado para que possa ser adquirido de forma abundante no mercado. Estas duas condições são essenciais para que, cada um possa ter acesso em segurança e confiança a bens de proteção individual", salientou António Costa.
Mais difícil, de acordo com o primeiro-ministro, será o desafio relativo às normas de higienização nos locais de trabalho, nos espaços públicos e, em particular, nos transportes públicos.
"É a maior dificuldade logística que enfrentamos e à qual temos de dar resposta. Temos de dar resposta gerindo do lado da procura, encontrando formas de horários desencontrados e com uma nova organização do trabalho que não crie ondas de ponta muito fortes. Terá de ser aumentada do lado da oferta a capacidade de que os portugueses possam voltar a circular em segurança nos transportes públicos", advertiu.
António Costa referiu-se ainda às condições de confiança "na robustez" do Serviço Nacional de Saúde.
"Significa que teremos capacidade de responder em qualquer circunstância ao aumento do risco de transmissão [do novo coronavírus] sempre que for aliviada a contenção. Nos cuidados intensivos, tem de haver sempre capacidade de resposta para as necessidades", acrescentou.
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