Marta Temido, ministra da Saúde, começou a conferência de imprensa com a habitual leitura do boletim epidemiológico, referindo que o país tem agora uma taxa de letalidade global de 3,4% e uma taxa de letalidade acima dos 70 anos de 16%.

  • 71,4% das pessoas que até agora contraíram a doença já estão recuperadas; 24,4% são pessoas que estão no domicílio e  2,7% estão em internamento.
  • Registam-se 194 surtos ativos em Portugal: 47 na região Norte, 12 no Centro, 106 em Lisboa e Vale do Tejo, 14 no Alentejo e 15 na região do Algarve. Marta Temido precisou ainda que só se considera um surto extinto "quando passaram dois períodos de incubação, ou seja, 28 dias, sobre o último caso confirmado".
  • O Rt (índice de transmissibilidade), segundo o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), para os dias 23 a 27 de julho, é de 0,94%. Os números mostram que continua em curso "uma trajetória de decréscimo paulatino a nível nacional".
  • Nos últimos sete dias, registaram-se 13,4 novos casos por cada 100 mil habitantes e nos últimos 14 dias, a taxa de incidência situou-se em 29,1 novos casos por 100 mil habitantes.
  • O INSA terminou já a primeira fase do estudo serológico, com testes entre 21 de maio e 8 de julho. Foram analisadas amostras de 2.301 pessoas, com idade superior a 1 ano de idade, referiu Ana Paula Rodrigues, responsável pelo estudo.
  • As pessoas foram recrutadas e distribuídas por todas as regiões de saúde do continente e das ilhas.

  • Principais resultados: cerca de 2,9% das pessoas têm anticorpos; há valores semelhantes entre grupos etários, mas tal não significa que não existam diferenças entre idades; por região de saúde, a região de Lisboa e Vale do Tejo tem uma prevalência de 3,5% e o Alentejo 1,2%, pelo que não se registam valores significativos; há um nível de anticorpos mais elevados no sexo masculino; o nível de anticorpos foi mais elevado em quem referiu ter estado em contacto com casos de covid-19.
  • Para Ana Paula Rodrigues, estes valores indicam que houve “uma baixa circulação do novo coronavírus na população portuguesa muito provavelmente relacionada com as medidas de saúde pública instituídas logo no início da epidemia”.
  • Foi ainda referido que "os anticorpos detetados conferem algum nível de proteção, mas pelo princípio da precaução em saúde pública e porque esta infeção é nova, da qual ainda desconhecemos muita coisa, continua a recomendar-se a todas as pessoas, independentemente do seu nível de anticorpos, que tomem as mesmas medidas de proteção que estão recomendadas".
  • Segundo Ana Paula Rodrigues, para se considerar que há imunidade de grupo seria necessário haver entre 40 e 67% de pessoas com anticorpos.
  • Este tipo de estudos vai ser feito "periodicamente", de forma a permitir estudar melhor os efeitos da pandemia. As amostras serão de diferentes dimensões e tipos, consoante os objetivos. Os resultados do primeiro estudo vão ser divulgados esta tarde, no site do INSA.
  • Graça Freitas, Diretora-geral da Saúde, deu algumas informações sobre um dos óbitos numa faixa etária mais baixa — uma mulher, de 39 anos. "Apesar de não ser frequente a mortalidade nestas faixas, acontece", disse, afirmando "haver patologias associadas" e "a presença de obesidade", fator que começa a estar descrito em vários estudos internacionais como sendo um possível fator de risco.
  • Sobre as equipas multidisciplinares, Marta Temido referiu que "a intenção é da sua utilização sempre que o risco epidemiológico recomende a intervenção", pelo que neste momento se mantém esta metodologia de intervenção focada "nas áreas que vinham de uma situação epidémica mais complexa e, eventualmente, no futuro, pode ser alargada".
  • Quanto às vacinas para a gripe sazonal, Graça Freitas lembrou que estão pedidos 2 milhões de doses, que serão distribuídas pelo habitual critério: a população mais vulnerável tem prioridade na vacinação. Assim, as primeiras pessoas a vacinar serão as que estão nos lares, depois os profissionais de saúde e aqueles que prestam cuidados a doentes e pessoas de risco. Questionada sobre os professores, a Diretora-geral da Saúde disse que "poderão entrar [na lista de prioritários] por dois fatores": ter mais de 65 anos e/ou ter uma doença crónica.
  • Registaram-se até ao momento 4.162 profissionais de saúde infetados, sendo que 3.569 já recuperaram.
  • Está previsto que se passe de um total de 12 mil testes por dia para 22 mil. "Isto passa pelo reforço laboratorial de um conjunto de entidades do SNS e do setor privado", disse Marta Temido.
  • A ministra da Saúde afirmou que, contando com as não presenciais, na primeira metade do ano se realizou menos um milhão de consultas do que no mesmo período de 2019, quando foram feitas 31 milhões. "Nenhum sistema de saúde ficou imune a uma pandemia deste tipo na sua capacidade de resposta às doenças não covid", disse.
  • Marta Temido assumiu que “houve muitos atos que deixaram de ser realizados por força da necessidade de o Serviço Nacional de Saúde se concentrar na resposta às necessidades assistenciais específicas” da covid-19.
  • Marta Temido distinguiu os números do Ministério dos que são apontados pela Ordem dos Médicos, que considera não se terem feito três milhões de consultas porque “conta apenas as presenciais”. A ministra defendeu ainda que as contas devem ser feitas comparando “períodos acumulados” e não meses separados.

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