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Portugal contabiliza hoje mais 59 mortos relacionados com a covid-19 e 7.497 casos confirmados de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). Ponto por ponto, recorde aqui o mais relevante da conferência de imprensa das autoridades da saúde de hoje.
O número de casos de infeção elevado
- António Lacerda Sales, secretário de estado Adjunto e da Saúde, começou a conferência de imprensa com a explicação do aumento do número de casos de infeção, justificados pelo atraso no reporte de um laboratório do Norte, que não conseguiu comunicar valores desde o passado dia 30 de outubro.
- "Os dados no boletim resultam da notificação do sistema SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica). Dependemos quer da notificação dos laboratórios, quer dos médicos assistentes para que a fotografia diária seja a mais aproximada da realidade. Hoje esse retrato não espelha a realidade só das últimas 24 horas, uma vez que um laboratório do Norte não conseguiu fazer as notificações desde o dia 30, tendo feito a acumulação do número ontem num somatório de mais de 3500 casos. Apesar do retrato do reporte, estes casos foram naturalmente seguidos quer ao nível clínico, quer pelas equipas de saúde pública. A importância do reporte é crucial e o Ministério da Saúde está a tomar medidas para que estas situações não aconteçam", começou por justificar o governante.
- "É da nossa responsabilidade assumir o erro dos números com a verdade e a transparência de sempre. Com o crescimento da incidência da Covid-19 o Ministério da Saúde emitiu um despacho para garantir a melhor coordenação de resposta às necessidades. Quer isto dizer que os hospitais menos pressionados podem ter de dar resposta a pacientes de hospitais mais pressionados, como, aliás, já está a acontecer", disse.
- O secretário de Estado Adjunto e da Saúde adiantou ainda que existem mais 7.497 novos casos ativos, mais 5% face a terça-feira, havendo 96,4% dos doentes a recuperar em casa e 3,6% em internamento hospital. Destes, 0,5% estão internados em unidades de cuidados intensivos e 3,1% em enfermarias.
Uma boa notícia
- O secretário de estado Adjunto e da Saúde salientou que era importante dar "a boa notícia", apesar de tudo. "Tem a ver com o valor do R [indicador de transmissão da covid] que tem estado a diminuir de forma sistemática desde o dia 14, 15 de outubro", frisou.
- O governante relembrou que no dia 10 de outubro o R era de 1,27 e hoje é de 1,14. No Norte, a região mais fustigada, era de 1,4 e hoje é de 1,13. De acordo com esta informação, Lacerda Sales deu conta que, "aparentemente, há um desacelerar da própria pandemia".
Linha SNS24 emite declarações de faltas por isolamento a partir de hoje
- O presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Goes Pinheiro, explicou que a medida entra em vigor "no final do dia de hoje", depois de ter sido aprovada no conselho de ministros extraordinário realizada no sábado e publicada na terça-feira em Diário da República.
- A declaração permite "justificar a ausência do local de trabalho [bem como a apresentação presencial a outras entidades] e a obrigação de permanência no domicílio". O responsável esclareceu que a declaração é emitida pela Linha SNS24 nos casos em que "uma determinada pessoa seja identificada como contacto de alto risco ou possa ter sintomas", sem que tenha de se deslocar a um serviço de saúde para tal.
- A declaração provisória de isolamento apenas vai justificar os casos de faltas ao trabalho mediante declaração complementar da entidade patronal nos casos em que "o exercício da atividade profissional em teletrabalho for impossível".
- No sábado, o primeiro-ministro, António Costa, justificou esta medida com a necessidade de "agilizar aquilo que tem sido o relacionamento de muitos utentes da Linha Saúde 24 com a obtenção das declarações para justificar as faltas à entidade patronal e obtenção de pagamento por parte da segurança social".
Um terço da população em Portugal já foi testada
- Cerca de um terço da população em Portugal já foi testada ao novo coronavírus, revelou hoje o secretário de Estado e Adjunto da Saúde, afirmado que a capacidade de testagem foi reforçada em mais de 300% desde março.
- António Lacerda Sales indicou que já tinham sido testadas mais de 3,4 milhões de pessoas, o equivalente a cerca de um terço da população. Por milhão de habitantes, Portugal está a realizar em média mais de 280 mil testes, registando-se dias com mais de 30 mil análises.
- "Estamos com mais de 300% da capacidade de testagem que tínhamos em março, o que penso que é um reforço substancial", acrescentou o secretário de Estado.
Testes realizados ao fim de semana
- Questionado em concreto sobre os testes realizados durante o fim de semana e se explicam o número habitualmente mais baixo de novos casos registados nos boletins epidemiológicos na segundas e terças-feiras, o governante afirmou que o problema são as notificações e não os testes.
- "O problema é o reporte e as notificações desses testes. Só para que se tenha a noção da dimensão foram realizados, sábado e domingo, 52.947 testes. Não é garantidamente uma diminuição da realização de testes, mas é a dificuldade administrativa", referiu.
Problemas de testagem na região Norte
- O secretário de estado Adjunto e da Saúde afirmou esta quarta-feira de que não tem informação de que existam problemas.
- "O Norte tem alta capacidade de testagem. O reflexo disso é o número de casos que existem [na região]. Não tenho conhecimento neste momento de problemas técnicos, mas irei com certeza informar-me melhor e se assim se verificar, irei comunicá-lo numa próxima oportunidade", alongou.
Surtos ativos em lares no Continente
- Existem 134 surtos em lares, dos quais 130 são em estruturas residenciais para idosos e quatro em Unidades de Cuidados Intensivos integrados.
Previsão do pico
- Questionado pela previsão do pico da segunda vaga em Portugal, António Lacerda Sales explicou que se trata de algo difícil de prever.
- "O pico nunca é possível prever antes das duas semanas de inflexão e de começarmos a descer. Dependente muito da efetividade das medidas implementadas e nós não conhecemos ainda qual será a real efetividade dessas medidas implementadas", enfatizou.
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