“A segunda vaga da covid-19 está agora sobre nós. Uma vez mais, toda a Europa é afetada. No espaço de apenas algumas semanas, a situação escalou de preocupante para alarmante. Agora, devemos evitar uma tragédia”, começa por escrever Charles Michel, num texto hoje publicado na sua ‘newsletter’, dois dias antes de uma cimeira de líderes da UE, por videoconferência, dedicada à pnademia.

Na sua reflexão sobre a situação atual da pandemia, o presidente do Conselho Europeu lembra que, ao chegar à Europa, “este novo vírus inquietante propagou-se como um incêndio florestal, apanhando tanto cidadãos como autoridades de surpresa””.

O confinamento generalizado então decidido na generalidade dos países, continua o Presidente do Conselho, ajudou a conter o vírus, à custa da paralisação da atividade económica e social, “com um impacto cuja dimensão ainda se desconhece.”

Quando a prioridade passou a ser a recuperação da vida económica, social e cultural, prossegue o dirigente europeu, a estratégia passou então por tentar evitar um recrudescimento da pandemia com recurso a testes e rastreios, pois até haver vacina e esta ser administrada a grande parte da população “a única forma de conter a pandemia mantendo a atividade é identificar as pessoas infetadas numa fase muito precoce, de forma a que possam isolar-se e não infetar outros”.

“Ao nível europeu, este plano de ação não alcançou os resultados desejados. E ao retomarmos as nossas atividades diárias, o vírus começou de novo a circular, e até com maior facilidade, pois a fadiga e a falsa sensação de regresso à normalidade levaram algumas pessoas a serem menos cuidadosas”, aponta.

Chegados à situação atual, em que a Europa regista ainda mais casos do que na primavera, Charles Michel adverte que “cada dia conta”.

“O que precisamos agora é de ação determinada num plano inequivocamente europeu, baseada em dois pilares: testes e rastreio de contactos, por um lado, e vacinas”, sustenta o presidente do Conselho, que exorta os Estados-membros a não cometerem os erros do passado recente, quando se verificou uma total descoordenação entre os 27, com cada qual a ditar as suas regras e a tentar vencer a “corrida às máscaras” de proteção.

Apontando que nas duas cimeiras já celebradas em outubro os chefes de Estado e de Governo da UE admitiram que é necessário cimentar a coordenação operacional entre os 27 e agir de forma célere e determinada, Charles Michel defendeu que esse é, cada vez mais, o caminho que deve ser seguido, pois todos estão “no mesmo barco”.

“E é com isto em mente que vão ter início encontros regulares dos membros do Conselho Europeu, com o primeiro a ter lugar por videoconferência na quinta-feira 29 de outubro. O senso comum ordena que, mais do que nunca, atuemos na Europa como um, através da unidade e solidariedade”, conclui o presidente do Conselho Europeu.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (45.365 mortos, mais de 917 mil casos), seguindo-se Itália (37.700 mortos, mais de 564 mil casos), França (35.018 mortos, mais de um 1,1 milhões de casos) e Espanha (35.031 mortos, mais de 1,098 milhões de casos). Portugal contabiliza 2.371 mortos em 124.432 casos de infeção.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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