Reunido durante a tarde na Universidade da Beira Interior (UBI), Covilhã, distrito de Castelo Branco, o CRUP assegurou à saída do encontro que cada universidade está pronta para tomar medidas relativas quer ao nível do ensino e aprendizagem, quer das questões sociais.
"Qualquer instituição de ensino superior definiu um plano de contingência, mas também equipas operacionais que estão preparadas, com meios e recursos humanos adequados", salientou Fontainhas Fernandes.
Em caso de encerramento, as universidades vão "atuar em conformidade, qualquer que seja o cenário".
Nas situações de alunos estrangeiros ou deslocados, que precisem dos serviços das instituições, terão resposta, afirmou o presidente do CRUP.
"Temos de encontrar, dentro de um quadro de segurança, forma de fornecer os alimentos, de manter o alojamento e de garantir todas as condições", frisou.
Fontainhas Fernandes sublinhou que as universidades têm tomado as decisões mais adequadas em função "dos seus contextos" e pede serenidade.
"Se nas universidades, que são os grandes locais onde se faz ciência, vamos gerir em função do pânico, do medo, eu julgo que é estar a trabalhar em sentido inverso aos dirigentes nacionais", realçou o responsável.
Fontainhas Fernandes disse que as instituições só vão encerrar se for essa a indicação das autoridades de saúde, disse o presidente do organismo.
O CRUP decidiu aguardar "com serenidade" pela reunião de quarta-feira do Conselho Nacional de Saúde Pública para "tomar as medidas adequadas, sempre em articulação com a Direção-Geral de Saúde (DGS)".
"Nós iremos tomar decisões em função dos dados e da informação que nos é comunicada, porque neste momento, quem tem a informação, em tempo real, é a DGS. Tem de existir uma cadeia de comando, que é dirigida pelas autoridades de saúde", vincou Fontainhas Fernandes.
Várias universidades - incluindo Lisboa, Coimbra e Minho - decidiram suspender aulas como medidas de contenção do contágio.
A Universidade da Beira Interior, onde o CRUP esteve reunido, anunciou hoje a suspensão de todas as atividades desportivas, culturais e de lazer que decorram nas suas instalações, para evitar a eventual propagação do Covid-19.
A nível nacional, o executivo recomendou a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas, e de eventos à porta fechada com mais de 1.000 participantes.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.
Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.
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