Duas alunas do Instituto Politécnico de Bragança, de nacionalidade chinesa, que foram ao seu país natal celebrar o Ano Novo Chinês com a família, vão ficar 14 dias em quarentena quando regressarem a Portugal na próxima terça-feira, como medida preventiva devido à epidemia do coronavírus, apesar de não apresentarem qualquer sintoma de infeção.

Segundo o JN, o isolamento foi-lhes proposto como medida de segurança pelo estabelecimento de ensino, seguindo assim as recomendações das autoridades de saúde. As duas jovens, de 20 anos e que em Bragança partilham casa com outras duas alunas, aceitaram a medida de prevenção.

"As alunas não têm quaisquer sintomas, nem estiveram em contacto com pessoas infectadas, que se saiba. Elas não estiveram em Wuhan, mas estiveram na China, onde foram de férias. As autoridades de saúde recomendam que no seu regresso a Bragança, fiquem em isolamento", disse Orlando Rodrigues, presidente do Politécnico ao jornal.

Os preparativos par a alimentação e cuidados médicos das duas alunas estão a ser ultimados, estando o regresso de ambas previsto para a próxima semana num voo que fará escala em Espanha (Madrid).

As estudantes, que partilhavam um apartamento com outras duas alunas, vão passar a quarentena num espaço providenciado pelo IPB, que está a ser preparado para o efeito. Está tudo a ser ultimado para assegurar a alimentação e os cuidados médicos das alunas. O IPB já reuniu com a Delegação de Saúde de Bragança para avaliar os preparativos, no caso de surgimento de algum sintoma, haver um protocolo a seguir.

Atualmente, o Politécnico de Bragança conta com 10 a 12 alunos de nacionalidade chinesa. A estes, iam-se juntar vários jovens, neste segundo semestre, transferência que acabou por não acontecer devido ao surto.

Esta sexta-feira, a  Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou o sétimo caso suspeito de uma pessoa infetada pelo coronavírus, sublinhando que os outros seis casos revelaram-se negativos. Ao mesmo tempo, estão em isolamento profilático no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, as 20 pessoas repatriadas da China há uma semana.

Deste grupo fazem parte 18 portugueses e duas brasileiras, que chegaram em 2 de fevereiro ao aeroporto militar de Figo Maduro, em Lisboa. Todos estiveram na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei, epicentro do surto.

Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população

O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:

- Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;

- Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;

- Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;

- Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;

- Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;

- Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.

Combater a desinformação

A Organização Mundial da Saúde tem tentado também divulgar factos para combater a desinformação e mitos ligados ao novo coronavírus. Eis algumas dessas informações:

- É seguro receber cartas ou encomendas vindas da China, porque as análises feitas demonstram que o coronavírus não sobrevive muito tempo em objetos como envelopes ou pacotes;

- Não há qualquer indicação de que animais de estimação, como cães e gatos, possam ser infetados ou portadores do novo coronavírus. Mas deve lavar-se sempre as mãos após contacto direto com animais domésticos, porque protege contra outro tipo de doenças ou bactérias;

- Não há também prova científica de que o consumo de alho ajude a proteger contra o novo coronavírus;

- Usar e colocar óleo de sésamo não mata o novo coronavírus;

- As atuais vacinas disponíveis no mercado contra a pneumonia não previnem contra o coronavírus 2019-nCoV. Este novo vírus precisa de uma nova vacina que ainda não foi desenvolvida;

- Os antibióticos não servem para proteger ou tratar as infeções provocadas pelo coronavírus. Os antibióticos são usados para infeções bacterianas e não virais. Contudo, os doentes hospitalizados infetados com coronavírus poderão ter de receber antibióticos porque pode estar presente também uma infeção bacteriana;

- Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas.

O Covid-19: Países e territórios afetados

O novo coronavírus, que pode provocar doenças respiratórias potencialmente graves como a pneumonia, foi detetado pela primeira vez no final do ano em Wuhan, na província de Hubei (centro da China).

Desde então, e a par do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, foram confirmados outros casos de infeção do novo coronavírus em mais de 20 países.

A OMS declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.

A organização das Nações Unidas já apelou à criação de um fundo de 675 milhões de dólares (613 milhões de euros) para combater o surto do novo coronavírus nos próximos três meses.

China

Quase 64.000 pessoas foram contaminadas na China, número que registou um grande aumento depois do país ter adotado um novo método de deteção, que começou a ser aplicado na quarta-feira. O vírus deixou pelo menos 1.380 mortos.

Quase todas as mortes aconteceram na província de Hubei, local do surgimento da epidemia, que tem Wuhan como capital.

Uma pessoa morreu em Hong Kong, onde foram detetados ao menos 51 casos.

Em Macau foram registados 10 casos.

Ásia

Japão: 33 casos no país, incluindo a morte de uma mulher, e pelo menos 218 a bordo do cruzeiro "Diamond Princess", em quarentena em Yokohama.

Singapura: 58 casos

Tailândia: 32 casos

Coreia do Sul: 28 casos

Malásia: 19

Taiwan: 18

Vietname: 15

Filipinas: 3, incluindo uma morte

Índia: 3

Camboja: 1

Nepal: 1

Sri Lanka: 1

Oceania

Austrália: 15

América do Norte

Canadá: 7 casos

Estados Unidos: 15 casos

Europa

Alemanha: 16 casos

França: 11 casos

Reino Unido: 9 casos

Itália: 3 casos

Espanha: 2 casos

Rússia: 2 casos

Bélgica: 1 caso

Finlândia: 1 caso

Suécia: 1 caso

Médio Oriente

Emirados Árabes Unidos: 8 casos

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