"Tivemos de fazer uma participação porque ficámos muito preocupados no fim de semana [com o impacto dos aglomerados na pandemia da covid-19]. Pedimos intervenção e mais fiscalização. Não posso ter os jovens de Gaia a respeitar as normas e depois ver jovens estrangeiros e muitos turistas a juntarem-se, a fazerem as suas pequenas festas, de coluna de som e tudo. Se tivermos de optar por soluções radicais, optaremos", disse Eduardo Vítor Rodrigues.

O autarca, que falava aos jornalistas no final da reunião de câmara de hoje, avançou que pudera colocar grades à volta do Jardim do Morro, um jardim que fica localizado junto ao tabuleiro superior da ponte D. Luís com vista para o rio Douro.

"Não o queria fazer. A Polícia Municipal também está na rua a fazer sensibilização. Mas tem de haver respeito e consciência cívica", referiu o autarca.

Também questionado sobre os acessos às praias e sobre como está a ver o avançar das fases de desconfinamento no concelho, Eduardo Vítor Rodrigues avançou que estão a ser criadas "mais soluções de estacionamento", que "algumas ruas poderão ser de sentido único" e que está a estudar como "respeitando a lei poderá alargar a presença de nadadores salvadores para além das datas oficiais da época balnear".

Quanto a festas e romarias, Eduardo Vítor Rodrigues não quis avançar com pormenores, mas admitiu que o São João e o S. Pedro da Afurada, festas tradicionalmente muito concorridas, sendo que a primeira é organizada em parceria com o Porto, tendo sido anunciado o seu cancelamento em março devido à pandemia do novo coronavírus, "poderão ter surpresas, mas todas elas sem aglomerados na rua".

"Em primeiro lugar temos de perceber quais as ruas onde o pequeno restaurante ou a pequena associação planeia fazer a sua festinha ou estar aberto ao público para fechar as ruas, privilegiar os peões, pedir e permitir que alarguem o espaço de forma a cumprirem as distâncias recomendadas", descreveu o autarca.

Eduardo Vítor Rodrigues frisou que "não haverá fogo de artificio nem concertos", mas revelou que o habitual cumprimento ao seu homologo da câmara do Porto, Rui Moreira, "por não arrastar multidões poderá vir a acontecer", ainda que "em princípio a ponte esteja fechada ou exclusiva ao metro".

Portugal contabiliza pelo menos 1.424 mortos associados à covid-19 em 32.700 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

Já no concelho de Vila Nova de Gaia, também de acordo com o boletim epidemiológico divulgado hoje, há 1.567 casos de infeção pela covid-19.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 372 mil mortos e infetou mais de 6,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,5 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.424 pessoas das 32.700 confirmadas como infetadas, e há 19.552 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.