O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Braga, João Porfírio Oliveira, disse à Lusa que o número de doentes covid-19 internados em enfermaria “desceu drasticamente”, o que já permitiu “desmobilizar algumas unidades” e “reverter algumas alterações” que tinham sido feitas para acudir ao pico da pandemia.

“Estamos a libertar espaços e profissionais para recuperar consultas e a atividade cirúrgica convencional, que é agora o nosso principal foco”, acrescentou.

Dos 75 doentes covid-19 que hoje estão no Hospital de Braga, 43 estão internados em enfermaria e 32 nos cuidados intensivos.

“A Unidade de Cuidados Continuados ainda está muito pressionada, mas em enfermaria a redução tem sido muito acentuada”, disse ainda João Porfírio Oliveira.

Em relação à vacinação, do universo de 3.582 profissionais do Hospital de Braga, incluindo prestadores de serviços, 76,6% ficarão vacinados até a próxima terça-feira.

Ficarão a faltar 838 profissionais, que serão vacinados aquando da receção de novas doses de vacinas.

Também já foram vacinados 33 doentes com insuficiência renal em hemodiálise, “conforme norma definida pela Direção-Geral da Saúde”.

Hospital de São João no Porto restabelece áreas "mais críticas” de atividade

O Hospital de São João, no Porto, está a restabelecer as áreas “mais críticas” de atividade não covid-19, como oncologia, cardiovascular, neurovascular, e áreas cirúrgicas à medida que o internamento de doentes com SARS-CoV-2 tem diminuído, foi hoje divulgado.

Em resposta à agência Lusa, o gabinete de comunicação do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) afirmou que a atividade para doentes não covid-19 está a ser restabelecida “à “medida que reduz o internamento com doentes” infetados pelo novo coronavírus.

A retoma da atividade está a ser feita “nas áreas mais críticas”, como oncologia, cardiovascular, neurovascular e hemato-oncologia, mas também nas áreas cirúrgicas.

Neste momento, o São João tem 62 doentes com covid-19 internados, 42 dos quais em medicina intensiva.

Segundo o centro hospitalar, as consultas externas, o hospital de dia e a cirurgia de ambulatório “mantiveram uma atividade próxima da expectável, de forma a não penalizar os doentes”.

“Ao contrário da 1.ª vaga, há um ano, em que a atividade foi toda suspensa, nestas 2.ª e 3.ª vagas fomos capazes de assegurar uma resposta robusta e competente aos doentes não covid-19, que sempre foram uma preocupação do hospital”, assegurou a fonte, acrescentando que o CHUSJ procurou “estar sempre um passo à frente da pandemia”.

Em 12 de fevereiro, o diretor de medicina intensiva do CHUSJ defendeu, em entrevista à agência Lusa, a criação da ‘task force’ dedicada aos doentes não covid-19 que constava do plano lançado em setembro pela tutela, considerando que a mesma não pode continuar “engolida” pela pandemia.

"Há que começar a pensar no 'day after' [pós-pandemia] porque há que rapidamente recuperar um número de atividades programadas do doente não covid-19 que estão reduzidas", defendeu José Artur Paiva.

Também o Centro Hospitalar do Oeste (CHO) começou a reduzir as enfermarias covid-19, com a diminuição da procura às urgências, e estima retomar em março as consultas e cirurgias não programadas, disse hoje a sua administradora.

Enfermarias dos hospitais do Centro com 64% de taxa de ocupação

A taxa de internamento em enfermarias covid-19 nos hospitais da região Centro baixou na quarta-feira de 69% para 64% da sua ocupação, revela o relatório de hoje da Administração Regional de saúde do Centro (ARSC).

O número de internados em unidades de cuidados intensivos também baixou, embora em menor percentagem, registando uma redução de 74% para 72%.

O boletim diário revela que às 23:59 de quarta-feira estavam internadas 745 pessoas em enfermaria, menos 56 do que na terça-feira, e 129 em unidades de cuidados intensivos, menos seis.

Segundo a ARSC, na quarta-feira foram emitidas 82 altas médicas em enfermaria e registaram-se 14 óbitos em meio hospitalar, menos quatro do que na terça-feira.

No setor social, privado, militar e estruturas de Apoio de Retaguarda encontram-se internados 43 doentes com covid-19, menos cinco do que na terça-feira, e 80 doentes não covid.

Centros de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo com recorde de consultas em janeiro

Os centros de saúde de Lisboa e Vale do Tejo registaram um recorde no atendimento de pessoas com sintomas de covid-19 durante o mês de janeiro, com 61.289 consultas, avançou hoje a Administração Regional de Saúde (ARS).

“Realizaram em janeiro de 2021 quase tantas consultas como em todo o último trimestre de 2020”, indicou a ARS da região de Lisboa e Vale do Tejo, revelando que o somatório de outubro, novembro e dezembro resulta num total de 68.143 consultas, um valor superior em 6.854 consultas ao verificado no primeiro mês deste ano.

Através das Áreas Dedicadas a Doentes Respiratórios (ADR-C), disponibilizadas pelos 15 Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), foram realizadas 61.289 consultas em janeiro deste ano, aquando do pico da 3ª vaga de covid-19 em Portugal.

“O aumento vertiginoso do número de casos e o reforço destas ADR-C explicam essa realidade”, apontou a administração regional.

Para o presidente da ARSLVT, Luís Pisco, o número de consultas realizadas em janeiro no atendimento de doentes suspeitos de covid-19 “demonstra a relevância destes serviços em complemento à resposta dada pelos Atendimentos a Doentes Respiratórios (ADR) hospitalares e à Linha SNS24”.

Em comunicado, a ARSLVT lembrou que, face à evolução da pandemia, o número de ADR-C passou de 20 no final de 2020 para 34 no início de 2021, as equipas foram reforçadas e os horários de funcionamento foram alargados.

“Os números apurados até ao momento relativos a fevereiro indiciam que a procura por ADR-C na região acompanha a tendência de diminuição de novos casos”, apontou a administração regional de Lisboa e Vale do Tejo.

[Notícia atualizada às 15:20]