“Não estamos ainda perfeitamente descansados com a situação no Hospital do Divino Espírito Santo, mas, dentro dos resultados que temos vindo a obter, conseguimos, de certa forma, travar a disseminação de um foco infecioso na instituição. Convém que nos próximos dias mantenhamos o nível de alerta”, adiantou o responsável máximo da Autoridade de Saúde Regional dos Açores.
Tiago Lopes falava no ponto de situação diário sobre a evolução do surto de covid-19 no arquipélago, feito em Angra do Heroísmo.
Uma das cadeias de transmissão local detetadas na ilha de São Miguel, no concelho da Povoação, afetou dois profissionais de saúde que infetaram colegas e utentes do Hospital do Divino Espírito Santo.
Entre esses doentes estava uma utente do lar da Santa Casa da Misericórdia do Nordeste, que entretanto morreu, o que originou também um foco de infeção na estrutura residencial.
Desde o início do surto, já foram testados 295 profissionais de saúde nos Açores, 235 dos quais na ilha de são Miguel.
Existem atualmente 18 profissionais de saúde infetados no arquipélago, um na ilha do Faial e 17 na ilha de São Miguel, sendo que outros dois, também de São Miguel, já recuperaram.
Segundo Tiago Lopes, só do Hospital do Divino Espírito Santo estão em quarentena “cerca de 200 profissionais de saúde”, que antes de regressaram ao trabalho serão testados, mesmo que continuem “assintomáticos”.
A ausência destes profissionais de saúde obrigou ao encerramento do serviço de medicina 1, onde foi detetada a maioria dos casos de infeção no hospital, tendo os utentes sido transferidos para outras áreas.
“Nada invalida que próximos casos que possamos detetar levem à adoção de outro tipo de medidas dentro da instituição e por essa via outros constrangimentos”, acrescentou o responsável da Autoridade de Saúde Regional.
Sem revelar o número de utentes infetados no hospital, Tiago Lopes disse que as autoridades de saúde mantêm esses contactos próximos “em vigilância”, apesar de alguns já terem tido alta.
“Seria mais preocupante se tivéssemos um número superior de profissionais de saúde infetados e de utentes infetados”, frisou, alegando que dada a “celeridade” na identificação de contactos próximos foi possível “estancar uma eventual sangria de profissionais e utentes infetados dentro da unidade hospitalar”.
Os Açores detetaram já 100 casos positivos de covid-19, 88 dos quais ativos, depois de se terem verificado quatro óbitos e oito recuperações.
São Miguel é a ilha com mais casos ativos (55), seguindo-se Pico (10), Terceira (sete), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (quatro).
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 117 mil mortos e infetou quase 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).
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