Em comunicado, a OMD defende ainda a importância de incluir auxiliares e assistentes dentários, bem como higienistas orais, na primeira fase de vacinação, a par com os médicos dentistas, “dado o trabalho de proximidade que todos desenvolvem junto dos doentes”.
Citado no comunicado, o bastonário da OMD, Miguel Pavão, diz que a organização “já recolheu toda a informação necessária para iniciar a vacinação dos médicos dentistas”, mas ainda não sabe como vai ser concretizada tal vacinação.
“É uma situação inédita pois nunca se fez a vacinação dos profissionais de saúde que trabalham no setor privado desta forma. Os médicos dentistas foram muito expostos nesta pandemia e tem toda a lógica que integrem a primeira fase de vacinação”, afirma a OMD, frisando a necessidade de garantir a “rápida e eficaz operacionalização do plano” de vacinação.
Segundo a Ordem dos Médicos Dentistas, há quase 8.000 médicos dentistas registados para receber vacina contra a covid-19, que começou a ser administrada em Portugal no final de dezembro.
“Os médicos dentistas são profissionais de saúde com grande risco de contraírem a doença devido ao contacto muito próximo com a população”, sublinha.
Miguel Pavão considera ainda que o facto de haver médicos dentistas que trabalham no Serviço Nacional de Saúde através de contratação de empresas que não estão a ser vacinados por falta de orientações das administrações regionais de saúde “deixa evidente a fragilidade deste modelo escolhido de integração de médicos dentistas no SNS [Serviço Nacional de Saúde].”
O plano de vacinação contra a covid-19 em Portugal começou a 27 de dezembro nos hospitais, abrangendo os profissionais de saúde, e já se estendeu aos lares de idosos.
A primeira fase do plano, até final de março, abrange também profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos.
Nesta fase serão igualmente vacinadas, a partir de fevereiro, pessoas de idade igual ou superior a 50 anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.
A segunda fase arranca a partir de abril e inclui pessoas de idade igual ou superior a 65 anos e pessoas entre os 50 e os 64 anos de idade, inclusive, com pelo menos uma das seguintes patologias: diabetes, neoplasia maligna ativa, doença renal crónica, insuficiência hepática, hipertensão arterial, obesidade e outras doenças com menor prevalência que poderão ser definidas posteriormente, em função do conhecimento científico.
Na terceira fase será vacinada a restante população, em data a determinar.
As pessoas a vacinar ao longo do ano serão contactadas pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Comentários