"O atual estado de emergência e as consequentes medidas adotadas para evitar a propagação do contágio do COVID-19, bem como a proteção dos passageiros e dos trabalhadores do setor do transporte público, implicaram um ajustamento nos processos de venda de títulos de transporte e de validação dos mesmos", refere aquela entidade em resposta à Lusa.
Neste sentido, o lançamento do Andante Família, inicialmente previsto para 13 de abril, encontra-se suspenso "pelo facto de obrigar a um contacto direto entre os requerentes e a rede de vendas, o que se afigura manifestamente desaconselhável na atual situação".
De acordo com a AMP, o processo será retomado "logo que se reúnam as condições de segurança adequadas".
Em declarações hoje à Lusa, o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues tinha já admitido o adiamento da entrada em vigor do passe família, prevista para 01 de maio, tema, que segundo o mesmo, seria discutido na reunião da próxima quarta-feira com os seis municípios que integram a Unidade Técnica de Suporte (UTS).
"Não posso garantir o que vai acontecer (…). Mas eu, sinceramente, julgo que vai ser difícil imaginar que o passe família vai entrar em vigor numa altura em que basicamente as famílias estão em casa e, portanto, o impacto da medida não parece que vá ser muito significativo", defendeu.
O autarca salientou que as escolas estão fechadas e parte dos trabalhadores em regime de teletrabalho.
"Eu antevejo o adiamento da entrada em vigor [do passe família]. Não vejo alternativa porque era iniciar um processo que vai traduzir-se em nada, quando muito vai traduzir-se num ato panfletário", disse.
Por outro lado, acrescenta o autarca de Vila Nova de Gaia e presidente da AMP, há também um "bloqueio burocrático" decorrente da situação de emergência que o país enfrenta, uma vez que a medida tem de ser validada pelas assembleias municipais dos 17 municípios.
Se fosse esse o problema, nem que fosse por videoconferência fazia a assembleia municipal, mas o problema aqui é quem vai beneficiar desta medida agora", alertou.
Eduardo Vítor Rodrigues escusou, contudo, a apontar uma data concreta para a entrada em vigor do passe família, por entender que a medida terá de ser avaliada em função da evolução do quadro epidemiológico no país.
Admitiu, contudo, que se o próximo ano letivo começar de forma normal, que o título possa entrar em vigor nessa altura.
O passe família, aprovado pelos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto no final de janeiro, entra em vigor no dia 01 de maio, quase um ano após o mesmo ter sucedido em Lisboa.
De acordo com o que foi anunciado, em fevereiro, por aquela entidade, o título a sua emissão podia ser requisitada a partir de 13 de abril, mediante a apresentação da declaração de IRS.
O passe família vai permitir que todos os elementos de um agregado familiar que vivam na mesma casa tenham acesso ao passe único por um preço fixo de 80 euros, correspondente ao valor de dois títulos mensais.
À semelhança do que acontece com o passe único, os portadores deste título poderão optar entre duas assinaturas: o Andante Família Metropolitano, válido em toda a área metropolitana, com um custo mensal de 80 euros e o Andante Família Municipal que terá um custo de 60 euros mensais e será válido para viagens dentro do município ou até três zonas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
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