O presidente da Comissão Distrital de Vila Real da Proteção Civil, Fernando Queiroga, falava após a reunião onde a falta de testes foi reportada pelos representantes das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e misericórdias da região.

“As instituições estão com o coração nas mãos pois não há testes”, vincou.

Com as equipas a trabalharem em ‘espelho’, trocando os turnos de 15 em 15 dias, foi também pedido na reunião à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte para que as equipas que estão para entrar ao serviço sejam testadas”, acrescentou.

Fernando Queiroga alertou para a “injustiça” de não haver testes aos idosos em todo o país por igual.

“O norte só conta para produzir e pagar impostos, quando é a região que tem mais infetados e mortes”, assinalou.

Para o ainda presidente da Câmara de Boticas, “toda esta situação é exemplificativa da forma como a região norte e em particular os concelhos do interior do país são sistematicamente discriminados e colocados numa segunda linha de atenção”.

“Os profissionais que trabalham nos lares estão a atingir um ponto de rutura e saturação que é agudizado pelo sentimento de falta de proteção e muitas vezes a sensação de esquecimento”, vincou.

Após a reunião da Comissão Distrital de Vila Real da Proteção Civil Fernando Queiroga explicou ainda que “continua a haver queixas” das IPSS e Misericórdias para a falta de equipamentos de proteção.

“Estes equipamentos são uma das grandes medidas para evitar o contágio”, sublinhou.

Na reunião, as forças de segurança do distrito alertaram ainda para o “fim de semana complicado” pela frente, devido às medidas implementadas entre quinta e segunda-feira dentro das normas do Estado de Emergência.

“Irá haver uma fiscalização muito permanente nas saídas e entradas de todos os concelhos, e as forças de segurança irão ter muitos efetivos no terreno”, destacou ainda.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 82 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes, mais 35 do que na véspera (+10,1%), e 13.141 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 699 em relação a terça-feira (+5,6%).

Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.