“Diria que é uma decisão que, infelizmente e de certa maneira, já estávamos à espera, atendendo aos números que têm crescido nos últimos 15 dias - no final de agosto e início de setembro. Era essa a expectativa na semana passada, acabou por acontecer agora. No entanto Madeira e Açores continuam com o corredor aberto e, claramente, o Algarve é prejudicado pelo resto do país”, afirmou António Pina.
O presidente da associação que agrupa os 16 municípios do distrito de Faro considerou que os “números no Algarve continuam aceitáveis e baixos” e lamentou não ter sido possível criar um regime de exceção para a região que a mantivesse no corredor aéreo com o Reino Unido, à semelhança do que aconteceu para a Madeira e Açores, separando-a do restante território continental.
“Mas não foi aceite, até à data, pelas entidades britânicas, apesar de ter sido proposto pela nossa diplomacia, que se pudesse considerar o Algarve como uma região à parte”, notou o também presidente da Câmara de Olhão.
O autarca precisou que, “dada a continuidade do território” continental, “os britânicos não entenderam que pusesse haver essa diferenciação, como fizeram com os Açores e a Madeira”.
“As pessoas quando vão para a Madeira e os Açores ficam na Madeira e nos Açores, quando vêm para o Algarve podem não ficar só no Algarve e ir para o resto do país. No entanto, sabemos que essa possibilidade foi proposta”, acrescentou.
António Pina disse que se assistiu a uma “notória a evolução positiva do ponto de vista turístico” no tempo em que Portugal esteve no corredor aéreo e se “intensificou o número de turistas na região, sem que, com isso, tivesse havido um aumento significativo do número de casos no Algarve”.
“Mas é claro que é um revés para aquilo que era já algum pequeno respirar que o turismo ia tendo” no Algarve, concluiu, quando questionado sobre os efeitos da decisão britânica para a região.
O Governo britânico anunciou hoje a retirada de Portugal da lista de países seguros, com exceção das regiões da Madeira e Açores, e a partir de sábado obriga a cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido.
“Através de informação aperfeiçoada, agora temos a capacidade de avaliar ilhas separadas dos seus países continentais. Se chegar a Inglaterra vindo dos Açores ou Madeira, não precisará de se isolar por 14 dias”, escreveu o ministro dos Transportes, Grant Shapps, na rede social Twitter.
De acordo com o ministro, a medida, que também afeta a Hungria, Polinésia Francesa e ilha da Reunião, entra em vigor às 04:00 de sábado em Inglaterra.
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