De acordo com uma nota de imprensa daquela estrutura sindical, a falta de médicos naquele hospital foi agravada com a pandemia Covid-19 e a solução encontrada pelo conselho de administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) foi “colocar médicos tarefeiros (contratados a recibo verde) a cumprir as escalas de Urgência Covid”.

“A maioria destes médicos, se não todos, não têm formação em Suporte Avançado de Vida (SAV) e estão a receber doentes emergentes, alguns trazidos pela Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER)”, afirma o Sindicato.

Segundo a mesma fonte, a medida da administração hospitalar surgiu na sequência da exaustão dos médicos do Serviço de Medicina Interna, “sem fim à vista e sem expectativa de ter férias, o que levou a movimentação dos médicos que expuseram a situação ao conselho de administração, no sentido de se encontrar uma solução de compromisso e de reorganização do combate ao COVID”.

O Serviço de Medicina Interna “vinha já de um esforço acrescido no inverno” pelo plano de contingência da gripe e, com a pandemia, foi chamado “a garantir as Escalas de Urgência necessárias ao combate à pandemia, para além de assegurar também a Unidade de AVC, a Via Verde de AVC, a Unidade de Hospitalização Domiciliária e o retomar da atividade normal dos serviços”.

“AA segurança e a qualidade do serviço prestados às populações deve guiar o CHBV na sua missão de garantir o direito constitucional à saúde” e “cabe ao conselho de administração exigir ao Ministério da Saúde a dotação de médicos necessária ao cumprimento da sua missão”, sublinha o Sindicato.

A Lusa tentou obter esclarecimentos junto da administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, que agrega os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, mas esta não se quis pronunciar sobre o teor da nota de imprensa sindical.

Portugal contabiliza 1.330 mortos associados à covid-19 em 30.788 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.

Relativamente ao dia anterior, há mais 14 mortos (+1%) e mais 165 casos de infeção (+0,5%).

O número de pessoas hospitalizadas baixou de 536 para 531 das quais 72 em unidades de cuidados intensivos (menos seis).

O número de doentes recuperados é de 17.822.

Portugal entrou no dia 03 de maio em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.