“Estamos a viver um momento particularmente difícil no seio desta cooperação. Temos 16 elementos infetados pelo novo coronavírus que fazem parte de um grupo de homens e mulheres que diariamente asseguram o socorro às populações em missões e transporte de doentes urgentes e não urgentes”, explicou o presidente da associação, João Gouveia.
Segundo o dirigente, há elementos do quadro de pessoal do Corpo de Bombeiros de Mogadouro que testaram “negativo”, e que estão a “desdobrar-se em múltiplas funções”, como assegurar as comunicações com a parte operacional e com a comunidade.
“Para já, temos estado a cumprir a nossa missão. Contudo, os próximos dias poderão ser complicados. Já recorremos à ajuda de uma cooperação vizinha para nos auxiliar no transporte de doentes com consultas programadas e não estamos a aceitar este tipo serviços”, vincou o dirigente.
João Gouveia lamentou que as entidades competentes não coloquem os bombeiros na lista das prioridades da vacinação contra a covid-19.
“Estamos na linha da frente. Somos, na maioria dos casos, os primeiros a ter contactos com doentes covid-19, e as autoridades de saúde não olham para esta situação. A título de exemplo: cada vez que somos chamados para transportar um doente infetado pelo SARS-CoV-2 para Bragança temos uma viagem de mais de um hora com dois tripulantes e um doente dentro uma ambulância, o que é caso sério de transmissão do vírus, apesar da utilização de equipamentos individuais de proteção”, vincou João Gouveia.
Os bombeiros de Mogadouro têm atribuído um Posto Permanente de Emergência do Instituto Nacional de Emergência (INEM).
O dirigente referiu ainda que o município de Mogadouro disponibilizou colaboradores que são bombeiros são para assegurar o socorro em casos de incêndios ou acidentes graves, assim como no transporte de doentes.
“Temos uma rede viária complexa, num concelho muito extenso, ao qual temos de dar a nossa atenção, principalmente quando estamos num território do interior”, vincou.
A Associação Humanitária dos Bombeiros de Mogadouro está a realizar, periodicamente, testes rápidos de despiste à covid-19, que são suportados pelo orçamento da instituição.
Segundo o último boletim epidemiológico emitido na sexta-feira pela Unidade Local de Saúde do Nordeste, o concelho de Mogadouro tem 202 casos ativos de covid-19.
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