Os espetáculos ao ar livre terão de ter lugares assinalados.
Ao fim de mais de dois meses, os teatros e as salas de espetáculo e de cinema poderão reabrir com “lugares marcados, todas as filas ocupadas” e “um lugar de intervalo entre os espectadores, exceto se forem coabitantes”, disse hoje Graça Fonseca, em declarações à agência Lusa.
O uso de máscara “será obrigatório” para o público e terá de haver “higienização dos espaços entre espetáculos ou sessões”.
No caso dos teatros e das salas de espetáculos, “tem que haver uma distância de dois metros entre a boca de cena e a primeira fila ocupada, isto depois varia de equipamento para equipamento”, e “os corpos artísticos e equipas técnicas não têm de usar Equipamento de Proteção Individual [EPI] em palco, mas sim à entrada e saída de palco”.
As regras mudam em relação aos eventos culturais ao ar livre. Nesse caso, “não é obrigatório o uso de máscara” pelo público.
O espaço onde decorrer o evento, como uma praça ou um parque, “tem de ter delimitações”, assim como têm de ser “assinalados os locais onde as pessoas devem estar (pode passar por uma marcação no chão, que seja depois retirada, ou bancos, cadeiras, ‘poufs’)” e tem de haver “1,5 metros de distância entre as pessoas”, ou grupos de coabitantes.
A reabertura de salas de espetáculos, teatros e cinemas, bem como a retoma de eventos culturais ao ar livre está prevista na terceira fase do “Plano de Desconfinamento” do Governo.
As regras gerais de reabertura, que pode acontecer a partir de segunda-feira, foram definidas pelo Ministério da Cultura “em diálogo com a Direção-Geral de Saúde (DGS)”.
A ministra da Cultura disse à Lusa que houve, na definição das regras, “uma preocupação, um objetivo, de procurar encontrar sempre soluções com a DGS que - garantindo a segurança e a confiança das pessoas a regressarem a salas de espetáculo e a programação cultural - sejam suficientemente flexíveis para garantir a possibilidade de abertura de muitas salas de espetáculo, porque o tecido cultural português é muito heterogéneo”.
“Há salas de diferentes dimensões, com diferentes capacidades e temos que ter isto em consideração quando definimos regras”, disse.
As regras hoje anunciadas, salientou Graça Fonseca à Lusa, “podem ser revistas ao longo do mês de junho, em função da evolução da pandemia”.
“Aquilo que gostaríamos era que as salas pudessem abrir a 100%”, partilhou.
Graça Fonseca lembrou que a tutela tem “tentado trabalhar com os teatros nacionais, com as fundações, com entidades várias, para que, ao contrário do que acontece, exista programação em agosto”, referindo que, “por exemplo, o Teatro Nacional São João vai fazê-lo”.
“O mesmo estamos a fazer com as Comunidades Intermunicipais [CIM]. Esta semana tenho estado a falar com todas as CIM no sentido de apelar a que agora, que são conhecidas as regras, possam manter programação cultural e que possam organizar programação cultural, porque é fundamental para as estruturas artísticas, para os artistas, para os técnicos, que querem voltar a trabalhar e a estar em ligação com o público”, afirmou.
Além disso, a ministra considera que a programação cultural “também é muito importante para os cidadãos e para os territórios”.
“Porque a programação cultural, a Cultura, no território, pode ser uma alavanca para nos ajudar a todos neste regresso progressivo à normalidade e a devolver a confiança que precisamos de ter”, defendeu.
De acordo com informação entretanto divulgada pelo Ministério da Cultura, todos os espetáculos, “incluindo os espetáculos ao ar livre, ainda que gratuitos” devem ter bilhete de ingresso, e “a emissão de tais bilhetes deve respeitar a lotação máxima”.
As entradas e saídas de público “devem ter circuitos próprios e separados” e, “sempre que possível”, as portas de acesso aos espaços devem permanecer abertas, “evitando o seu manuseamento pelas pessoas”.
Durante os espetáculos e exibição de filmes “não devem existir intervalos durante as sessões”, e, no caso de tal não ser possível, “a duração do intervalo deve ser reduzida ao mínimo indispensável, recomendando-se aos espectadores que permaneçam sentados até ao reinício da sessão”.
No caso das salas de espetáculos e teatros onde haja camarotes, estes “só podem ser ocupados por pessoas do mesmo agregado familiar ou coabitantes quando tenham seis ou menos lugares” e os que têm “lotação superior a 6 lugares podem ser ocupados, aplicando-se as regras aplicáveis para os restantes lugares da sala”.
Os artistas, equipas técnicas e restantes trabalhadores das salas de espetáculos, teatro e cinema devem “medir a temperatura à chegada ao edifício, sem registo dos resultados”, e as salas de ensaios e camarins devem ter gel desinfetante e toalhetes, assim como toalhas individuais.
Além disso, “sempre que possível”, deve ser feito “o arejamento natural das salas e camarins, quando aplicável”, e é necessário “garantir que os instrumentos, objetos e acessórios utilizados durante ensaios ou concertos não são partilhados”.
No que aos coros diz respeito, os seus elementos “devem apresentar-se na mesma fila e garantir um distanciamento físico lateral mínimo de 1,5 metros sempre que possível” e “devem manter-se afastados dos instrumentistas, pelo menos dois metros, sempre que possível”.
Já em relação às orquestras, deve ser assegurada a distância física de dois metros entre os músicos que toquem instrumentos de sopro e de 1,5 metros entre os restantes músicos.
Além disso, “não é permitida a atuação da orquestra no fosso ou poço da sala”.
(Notícia atualizada às 20h14)
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