O estudo, obtido pelo Diário de Notícias, considera que são necessários um total de 2,6 mil milhões de euros para descarbonizar o transporte público rodoviário urbano, mas apenas metade deste valor é que consiste num esforço efetivo de reduzir emissões.
Estes cálculos são assim feitos porque, 1,3 mil milhões de euros já estão previstos não obstante uma potencial descarbonização, já que são o valor normal de renovação da frota com a compra de veículos convencionais, a combustão.
Assim, os restantes 1,3 mil milhões de euros do total serviriam para optar ao invés por veículos elétricos e a hidrogénio. Ao todo, neste projeto de investimento feito ao longo de 14 anos, seria possível evitar quatro milhões de toneladas de emissões de CO2.
Os autores do estudo defendem que o Estado deve contribuir com 770 milhões de euros para promover este processo de descarbonização. "São condições perfeitamente suportáveis para o Estado português e para os operadores", disse José Gomes Mendes, um dos autores e ex-secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, ao DN.
De acordo com a análise efetuada no âmbito deste estudo, há neste momento 5633 veículos em operação com uma idade média de 16 anos. No entanto, 24% dos autocarros em serviço têm mais de 21 anos. A maioria — 4808 — destes autocarros são modelos standard com capacidade de transportar até 105 passageiros.
A larga maioria dos autocarros funciona a diesel — 5107 —, sendo que há apenas 471 autocarros a operar a gás e 55 autocarros elétricos: 46 de modelo standard e nove minibus (até 50 passageiros).
A substituição dos veículos poluentes pressupõe uma lógica de abate por antiguidade, com os autocarros com mais de 21 anos a serem os primeiros substituídos. Os 5633 autocarros seriam substituídos por 4675 veículos elétricos a bateria (83% do total) e 958 seriam elétricos a hidrogénio.
No plano temporal do estudo, cerca de 68% das substituições ocorreriam apenas nos primeiros cinco anos do programa de abate: após este período, estima-se que as emissões anuais de CO2 seriam reduzidas em 87%, as de óxido de azoto (NOx) em 97% e as de partículas em suspensão de 99%.
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