Plenário é uma iniciativa pensada para alargar o debate nas legislativas de 6 de outubro a quem tenha ideias para apresentar para uma melhor governação do país. Há muito para discutir antes da ida as urnas e é por isso que queremos começar já a pensar o país que vamos ter (e ser) nos próximos quatro anos — e contamos com o seu contributo. Assim, lançámos o desafio, em forma de pergunta: Se fosse primeiro-ministro ou primeira-ministra nos próximos quatro anos, qual era o problema que resolvia primeiro? Ou, perguntando de outra forma: qual seria a sua prioridade para o país?

David Jorge, de Sintra, juntou-se ao Plenário. Leia aqui o seu contributo na íntegra: 

Um dos grandes problemas de hoje em dia, com o qual milhões de portugueses se deparam todos os dias, é a falta de civismo na estrada. Muitos dirão que não é possível mudar esta mentalidade e outros que a polícia está cá para multar os prevaricadores, mas a verdade é que no dia-a-dia são constantes as infrações graves e muito graves do código da estrada e os resultantes números de mortos e feridos, prejuízos para a sociedade e ambiente (incluindo incêndios), sendo a que as autoridades não podem controlar tudo (nem queremos isso).

Um dos pontos que defendo é obviamente a formação dos condutores, que apenas têm algumas semanas de educação formal quando tiram a carta e a partir daí seguem interpretando à sua maneira as leis e regras que aprenderam, muitas vezes décadas após a formação inicial. Desde o mais básico dos conceitos, como limites de velocidade e ultrapassagem, utilização de rotundas, ciclistas e trotinetes, atirar beatas pela janela, etc., etc..

Obviamente que não é justo para o agente da autoridade afirmar que a ignorância da lei é motivo para o seu não cumprimento, mas estas mudam e isso deveria obrigar à formação continua dos condutores. Mas não é essa a minha ideia.

Como então, informar e promover o esclarecimento do código da estrada e das suas regras? Utilizando os meios já disponíveis pelo governo e pelo qual tem responsabilidade de usar: a televisão publica. E como fazer com este tema seja visto pelos portugueses? Utilizando a mais simples e apelativa das formas de comunicação que se pode usar para transmitir mensagens sérias: a comédia!

Proponho a criação de um programa com os melhores comediantes (e convidados) de Portugal em horário nobre num canal estatal onde, utilizando situações do dia-a-dia, apresentam, de forma cómica, as barbaridades que os condutores fazem e que vemos todos os dias na estrada, apresentando de seguida a lei que rege a situação e como proceder de forma cívica e legal perante essas situações.

Exemplo: Ricardo Araújo Pereira conduz na conversa com a mulher sobre variados temas enquanto fuma um cigarro com a janela aberta, assim que termina, atira a beata pela janela. Atrás de si o cigarro pega fogo ao mato na berma estrada, chega ao posto de combustível e provoca uma explosão imensa… Ricardo nota o cogumelo da explosão lá bem atrás pelo espelho retrovisor…  “Estes tipos das bombas são mesmo perigosos….”

Outro: Herman José segue num Bentley conduzido pelo motorista na autoestrada de 3 vias… na faixa do meio. Carros ultrapassam pela esquerda e direita…”No meio é que está a virtude…”

Ou Nuno Markl vai calmamente de bicicleta e toca o telemóvel… e por aí adiante.

As regras são apresentadas a seguir de forma clara e concisa, por um instrutor ou polícia, e até se pode apresentar a mesma situação, desta vez cumprindo o código da estrada, em tom leve e humorístico em que todos ficam a  ganhar. 

Com tanto programa de “entretenimento” a gastar tempo de antena nos canais públicos e com tanto potencial comunicativo creio que seria uma forma criativa e proveitosa para o governo patrocinar tal programa. E para a população em geral seria uma forma educativa de estar a par do código da estrada com muito humor à mistura, que é a melhor forma de criticar os outros e a nós próprios sem aborrecer ou ofender!

Poderia pensar-se num programa educativo para os mais novos em idade pré-escolar ou básico com simuladores e pistas de testes nas escolas, jogos e apps para telemóvel com simuladores de trânsito… tantas outras ideias, mas esta é a que me parece ter mais impacto direto e geral na população, e com mais proveitos. 

O que acha desta ideia? Deixe a sua opinião nos comentários deste artigo. Desejamos uma discussão construtiva, por isso todos os comentários devem respeitar as regras de comunidade do SAPO24, que pode ler aqui.


Queremos também o seu contributo para pensar o país. As legislativas acontecem a 6 de outubro, mas a discussão sobre o país que queremos ter (e ser) nos próximos quatro anos começa muito antes da ida às urnas. É esse o debate que o SAPO 24 quer trazer — e contamos consigo.

Saiba como participar aqui. Veja os contributos dos nossos convidados e leitores em 24.sapo.pt/plenario e, claro, junte-se ao debate. 

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