José Pacheco era o único candidato à liderança do Chega/Açores nas eleições internas que se realizaram hoje, das 10:00 às 17:00 locais (18:00 em Lisboa), com uma mesa de voto em São Miguel e outra na Terceira.
Pacheco, que é também vice-presidente nacional do Chega, concorreu pela primeira vez à liderança do partido nos Açores, depois de se ter assumido como porta-voz da estrutura regional, na sequência da saída de Carlos Furtado em julho de 2021.
Numa nota de imprensa, o partido anuncia que "dos 100 militantes aptos a votar, acorreram ao sufrágio 60 militantes, em São Miguel e na ilha Terceira", tendo a lista A, única candidata às eleições, "alcançado 100% da aceitação dos votantes".
Já na eleição para a Mesa Regional ao Congresso, José Bernardo foi eleito presidente, "tendo a lista candidata registado apenas um voto em branco", adiantou ainda o partido.
O líder eleito do Chega/Açores apontou como uma das metas a implantação do partido "em todas as ilhas dos Açores", apesar da descontinuidade territorial do arquipélago açoriano.
“Vamos continuar este trabalho de forma a podermos ter equipas em todas as ilhas dos Açores desde Santa Maria ao Corvo. É nosso objectivo e desta Direcção que acabou de ser eleita que o Chega tenha implementação em todas as ilhas, mostrando a força que temos também na Região, onde somos o terceiro partido mais votado, à semelhança do que acontece na Madeira e no Continente”, garantiu José Pacheco citado, numa nota de imprensa.
Segundo o presidente da direção regional do Chega, a expansão do partido é um trabalho que "já tem vindo a ser desenvolvido", assinalando a existência de "uma estrutura formada na ilha Terceira e grupos de trabalho nas ilhas do Pico, Faial e São Jorge".
José Pacheco disse acreditar ser possível alcançar este objectivo para que nas próximas eleições regionais existam “equipas estabelecidas em todas as ilhas" e o partido "conseguir alcançar ainda melhores resultados” eleitorais.
Da direção regional do Chega hoje eleita fazem parte como presidente José Pacheco, e, como vice-presidentes, Fernando Mota e Francisco Lima.
Seguem-se na lista Olivéria Santos (Secretária- Geral), Joaquim Coelho (Vogal), Rui Silva (Vogal), Maria Eleonora Bettencourt (Vogal), Luís Franco (Vogal) e Miguel Arruda (Vogal).
São suplentes Carlos Silva, Tiago Sousa, José Matos e Tiago Carvalho
Para a Mesa Regional dos Açores do Chega pela lista A foram eleitos como presidente, José Bernardo, como vice-presidente Pedro Rodrigues e, como primeiro secretário, Filipa Lopes e suplentes Manuela Moniz.
A tomada de posse dos novos corpos dirigentes está marcada para 30 de abril, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, com a presença do líder nacional do partido, André Ventura, e com o líder do partido na Madeira, Miguel Castro, bem como dirigentes e deputados do CHEGA nacional, segundo o Chega/Açores.
Com 5,06% dos votos, o Chega foi a quarta força política mais votada nas eleições açorianas de 2020, atrás de PS, PSD e CDS, conseguindo eleger dois deputados.
Atualmente, o partido só tem um deputado no parlamento açoriano, depois de Carlos Furtado ter passado a independente, na sequência da perda de confiança política de André Ventura a 14 de julho de 2021.
Nessa altura, Carlos Furtado também abandonou a presidência do Chega/Açores, que ficou sem uma liderança formal desde então, após terem sido conhecidas várias divergências públicas entre o agora deputado independente e José Pacheco.
As últimas eleições internas no Chega dos Açores aconteceram a 01 de maio de 2021, tendo Carlos Furtado sido o único candidato, depois de Pacheco, que chegou a anunciar a candidatura, ter desistido para terminar com as “mentiras”, “divergências” e “difamações” no interior do partido.
Designer gráfico de profissão, José Pacheco, de 51 anos, foi um dos responsáveis pela instalação do Chega no arquipélago e foi secretário-geral durante a presidência de Carlos Furtado.
O Chega é um dos partidos que assinou um acordo de incidência parlamentar com os partidos que integram o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM).
Natural de São Miguel, José Pacheco iniciou o percurso político no CDS-PP, contando com passagens por vários órgãos locais e concelhios do partido, tendo sido também adjunto parlamentar dos centristas na Assembleia Legislativa dos Açores.
Em 2017 concorreu à presidência da junta de freguesia da Ribeira Chã, concelho da Lagoa, de onde é natural, com o apoio do PSD, numa eleição que perdeu para o PS. Após o ato eleitoral, integrou a bancada social-democrata na Assembleia Municipal da Lagoa.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados, sendo que, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal (IL), um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega). A coligação pós-eleitoral (PSD/CDS-PP/PPM) que formou governo dos Açores fez acordos de incidência parlamentar com o Chega e o deputado independente, ao passo que o PSD o fez com o deputado único da IL.
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