Claas Relotius, jornalista alemão premiado, foi despedido esta semana pela prestigiada revista na sequência de investigações que concluíram que terá inventado personagens e situações em, pelo menos, 14 reportagens e artigos publicados.
A revista anunciou hoje ter informações segundo as quais Relotius lançou uma recolha de fundos coletiva (“crowdfunding”) para ajudar órfãos sírios que retratava numa reportagem, fornecendo os seus dados bancários pessoais.
“A Der Spiegel vai transmitir todas as informações que reuniu ao Ministério Público, numa queixa”, anunciou a revista na página ‘internet’, precisando que o alegado desvio foi denunciado por leitores.
O artigo em causa era sobre órfãos sírios refugiados a viver nas ruas na Turquia, publicada em julho de 2016. O apelo de donativos foi feito pelo próprio jornalista, por emails para leitores que o tinham contactado a propósito da história.
Um fotojornalista turco que trabalhou com ele na reportagem identificou várias informações inexatas no artigo, depois deste ser publicado.
A Der Spiegel afirma estar, atualmente, convencida de que Relotius inventou completamente as personagens principais dessa reportagem, mas que desconhecia a campanha de angariação de donativos.
Claas Relotius, 33 anos, admitiu ter inventado histórias e protagonistas em várias reportagens. O escândalo foi revelado na quarta-feira pela revista, dias depois de Relotius ter sido despedido.
A revista alemã pediu desculpa, considerando que este caso é “o pior que pode acontecer a uma redação”, e prometeu “tudo fazer para recuperar a credibilidade” que lhe tem sido reconhecida.
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