Em comunicado, a ARS-Norte aponta que, até esta data, estão confirmados quatro casos, estando sob investigação cerca de mais uma dezena e que o seu departamento de Saúde Pública teve conhecimento da ocorrência parotidite epidémica entre alunos da FEUP na semana passada.
A agência Lusa contactou a FEUP que confirmou a ocorrência, mas remeteu todos os esclarecimentos para a ARS-Norte, apontando que o tratamento a esta situação está "completamente articulado" entre ambas as instituições.
Vulgarmente conhecida como papeira, a parotidite epidémica é uma doença infecciosa, provocada por um vírus, caraterizando-se pelo aparecimento de febre, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, seguindo-se o aumento de volume das glândulas parótidas (glândulas salivares).
A ARS-Norte explica que se trata de uma doença habitualmente benigna, que se transmite através das gotículas de saliva, durante a tosse, espirro ou a conversação, ou através da partilha de objetos e utensílios como copos, podendo a transmissão ocorrer ainda antes do aparecimento dos sintomas.
"Neste momento, a equipa responsável pela investigação do surto, sob a coordenação da ARS-Norte, está a trabalhar, em estreita colaboração, com os diferentes serviços de saúde e com a FEUP, de forma a conhecer a verdadeira dimensão do surto e a facilitar a implementação das medidas de prevenção e controlo", lê-se no comunicado.
O "afastamento social" dos doentes durante um período de nove dias a partir da data do aparecimento do aumento do volume das parótidas, a vigilância dos contactos próximos, a verificação do seu estado vacinal e a atualização da vacinação, sempre que tal se verifique necessário, são as medidas que estão a ser implementadas.
A FEUP também divulgou, internamente, informação da ARS-Norte com a indicação de que, perante a existência de sintomas sugestivos de parotidite epidémica, deverá ser contactada a Linha de Saúde 24 ou a equipa de saúde familiar e cumpridas todas as recomendações prescritas.
"A ARS-Norte e a FEUP continuarão atentas à evolução deste surto e a desenvolver as medidas consideradas necessárias ao controlo da situação", termina o comunicado.
O Programa Nacional de Vacinação contém a vacina contra a parotidite epidémica, associada à vacina contra o sarampo e a rubéola, designada como VASPR, sendo administrada em duas doses, uma aos 12 meses e outra aos cinco anos de idade.
De acordo com a ARS-Norte a vacinação contra a parotidite epidémica não evita todos os casos de doença, não sendo rara a ocorrência de surtos em populações com elevada proporção de vacinados, em ambientes em que o contacto interpessoal é próximo e frequente.
Também a Reitoria da Universidade do Porto, contactada pela Lusa, apontou estar a acompanhar a situação.
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