Em comunicado, o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa (COMETLIS) explica que a detenção aconteceu na quinta-feira, pelas 16:00, na sequência de uma operação policial no âmbito do combate ao crime de danos contra a natureza realizada pela Divisão de Segurança Aeroportuária.
Os 15 quilogramas de meixão, uma espécie protegida pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), encontravam-se acondicionados dentro de duas malas de viagem, preparadas para seguir para o estrangeiro.
O valor aproximado da apreensão foi estimado pelas autoridades, na fase de destino do seu no ciclo económico, ou seja, no recetor final, em aproximadamente 95.745 euros.
Dado ser determinante que o meixão chegue vivo ao destino, as enguias-bebé estavam acondicionadas em água e protegidas com películas térmicas, de forma a permitir que a temperatura se mantivesse estável durante todo o percurso da viagem.
O meixão apreendido foi devolvido ao seu habitat natural, o rio Tejo, pelas equipas de Proteção Ambiental do COMETLIS e o detido foi presente a Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, tendo-lhe sido aplicado termo de identidade e residência como medida de coação.
De acordo com as autoridades, em Portugal, a captura de meixão apenas é possível no Rio Minho, estando sujeita a forte regulamentação pela legislação das pescas, nomeadamente registo dos pescadores locais na Capitania do Porto de Caminha, sendo que a detenção e comercialização subsequentes dependem ainda de certificado comunitário, emitido pelo ICNF, na qualidade de autoridade administrativa CITES.
Segundo as autoridades, uma vez no destino, o meixão tem, sobretudo, dois aproveitamentos: o culinário, em pratos gourmet apreciados, principalmente no Japão, onde os restaurantes chegam a pagar 20 mil euros por quilo, e a criação de enguias, a partir destas enguias-bebé contrabandeadas.
O meixão é, ainda, libertado em arrozais, onde cresce e engorda comendo os parasitas daquelas culturas. Dessa forma, não só ajuda na produção de arroz, como acaba – já em fase adulta – por ser comercializado em toda a Ásia e até exportado de volta para a Europa.
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