Em comunicado, a Polícia Judiciária informa que, através do Departamento de Investigação Criminal de Vila Real, "após diligências de investigação que vem realizando desde o conhecimento da morte", no dia 31 de dezembro de 2019, "procedeu à detenção de mais três homens suspeitos de estarem envolvidos nos acontecimentos que determinaram a morte daquele".
Os detidos, com idades entre os 24 e os 32 anos, vão ser presentes às Autoridades Judiciárias competentes para interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação tidas por adequadas.
A Polícia Judiciária já havia procedido à detenção, no passado dia 16 de Janeiro de 2020, de cinco homens, com idades entre os 22 e os 35 anos.
Os detidos em janeiro ficaram em prisão preventiva depois de ouvidos em tribunal e a dois deles foi-lhes, entretanto, alterada a medida de coação, passando a aguardar o desenrolar do processo em prisão domiciliária.
O estudante cabo-verdiano Giovani Rodrigues foi encontrado sozinho caído numa rua em Bragança a 21 de dezembro e acabou por morrer 10 dias depois, num hospital do Porto.
O jovem tinha saído com mais três amigos cabo-verdianos e outros elementos do grupo ter-se-ão desentendido com outros jovens num bar da cidade.
Segundo os relatos que têm vindo a público, os alegados agressores terão esperado pelos quatro cabo-verdianos na rua e as agressões terão ocorrido na Avenida Sá Carneiro.
Giovani foi encontrado por uma patrulha da PSP, a vários metros de distância dos locais das ocorrências iniciais, caído no chão com sinais de excesso de álcool.
O socorro foi chamado para um caso de “intoxicação” e os bombeiros só se aperceberam do ferimento na cabeça depois de observarem a vítima, que transportaram para o hospital de Bragança.
Foi o hospital que alertou a PSP, na mesma madrugada, para o facto de a vítima poder ter sido agredida.
O cabo-verdiano foi transportado para o hospital de Santo António, no Porto, onde morreu 10 dias depois, a 31 de dezembro.
A morte do jovem, que tinha chegado à região há pouco mais de um mês para estudar na escola de Mirandela do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), motivou reações institucionais de Portugal e Cabo Verde.
Os apelos à Justiça e à não violência traduziram-se também em marchas de homenagem ao jovem cabo-verdiano, a 11 de janeiro.
Em relação aos cinco primeiros detidos, a investigação entende que existem “fortes indícios da prática, por cada um dos arguidos, em coautoria material e concurso real, de quatro crimes de homicídio qualificado, um dos quais consumado, sendo dele vítima Giovani Rodrigues, e os restantes três na forma tentada”, relativos às agressões aos outros três elementos do grupo de cabo-verdianos.
Tanto as autoridades policiais como judiciais vincaram “não ter sido apurado qualquer indício no sentido de os factos praticados pelos arguidos terem sido determinados por ódio racial ou gerado pela cor, origem étnica ou nacionalidade das vítimas”.
[Notícia atualizada às 11h26]
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