Hastear de bandeiras em várias escolas do país, concertos em direto e diferido e debates transmitidos através da internet foram algumas das atividades escolhidas pelas maiores estruturas sindicais portuguesas para homenagear os docentes no Dia Mundial do Professor, que se celebra em todo o mundo.
Menos de um mês após o arranque do novo ano letivo, marcado pela pandemia de covid-19, os professores voltam hoje a apelar ao Governo para a importância de valorizar a carreira docente e pedir melhores condições de trabalho.
O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, estará às 09:00 numa cerimónia em Lisboa, enquanto o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, escolheu o Porto, onde irá discursar a meio da tarde.
João Dias da Silva vai hastear a bandeira do Dia Mundial do Professor em Lisboa e, poucos minutos depois, a cerimónia vai repetir-se noutros pontos do país: escolas em Évora, Porto e Oeiras serão palco do hasteamento da bandeira #obrigadoprofessor, segundo uma das muitas iniciativas da FNE.
O dia serve para homenagear os professores mas também para exigir medidas de valorização profissional, já com a expetativa de conseguir ver plasmadas algumas das reivindicações dos sindicatos no próximo Orçamento de Estado.
“Só com educadores e professores prestigiados, valorizados e reconhecidos é que se estará a promover uma escola melhor, uma escola de qualidade inclusiva e equitativa”, lembra a FNE, que organizou também concertos em diferido e em direto.
Debater o papel que hoje os professores são chamados a desempenhar em todo o mundo é o tema do webinar “E agora, professores?”, que começa às 17:00 e conta com a participação do ex-reitor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa.
Já a Fenprof escolheu a cidade do Porto para assinalar o dia, mas teve de alterar os planos devido às previsões de tempo “extremamente desfavoráveis” para dia 05 de outubro.
A previsão de mau tempo obrigou a cancelar a concentração e desfile pelo centro da cidade e “atapetamento” da Avenida dos Aliados e a Praça da Liberdade com faixas onde se poderiam ler algumas das principais reivindicações dos professores.
Em vez disso, as celebrações serão no grande auditório do Seminário do Vilar, com a presença de “centenas de professores” que, segundo a Fenprof, irão adotar todas as medidas de segurança sanitária em vigor devido à pandemia.
Neste encontro, que começa depois do almoço, os presentes vão “exigir respeito pelos professores e medidas que valorizem a Escola Pública e os seus profissionais”.
Entre as intervenções previstas destacam-se a de Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP-IN, e do secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
A Fenprof volta a lembrar que este ano os docentes estão a trabalhar em condições ainda mais complicadas, devido à covid-19, mas também por falta de “medidas de segurança sanitária definidas pelo Ministério da Educação para as escolas” e pela “já crónica insuficiência de recursos humanos, designadamente de assistentes operacionais”.
A FNE recorda que é preciso valorizar os docentes dando condições de trabalho em segurança nas escolas, limitando o tempo de trabalho e incluindo o direito a uma “aposentação digna”.
Estabilidade e segurança profissional assim como recuperação do tempo de serviço continuam a ser algumas das exigências que unem as diferentes estruturas sindicais.
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