"A responsabilidade por estas falhas cabe, em última instância, ao seu diretor", explicou Fischer, acrescentando que o museu "não respondeu com o rigor necessário" aos avisos recebidos há dois anos.
Citado pelo canal britânico Sky News, o diretor, que ocupava o cargo desde 2016, acrescentou ainda que a situação é “da maior gravidade” e “infelizmente chegou à conclusão” de que a sua presença “está a revelar-se uma distração”.
O museu demitiu anteriormente um curador sénior após cerca de 2.000 artefatos, no valor de milhões de libras, terem sido supostamente roubados.
No início desta semana, descobriu-se também que um homem tinha sido entrevistado pela Polícia Metropolitana londrina após os supostos roubos, porém ninguém terá sido preso.
O museu não especificou quantos itens foram roubados nem detalhou quais os itens desaparecidos, referindo apenas que eram "pequenas peças", incluindo "joias de ouro e contas de pedras semipreciosas e vidro que datam do século XV a.C. ao século XIX d.C".
A maioria estava “guardada num depósito pertencente a um dos acervos do museu” e utilizada principalmente para trabalhos académicos e de pesquisa. Nenhum dos itens desaparecido tinha estado recentemente em exposição.
Segundo o jornal britânico Daily Telegraph, acredita-se agora que o número de itens roubados seja “bem superior a 1.000” e “mais próximo de 2.000”, com um valor que chega a “milhões de libras”.
O jornal avança ainda que um especialista em antiguidades romanas, Ittai Gradel, disse aos funcionários do museu há três anos que artefactos da sua coleção museológica foram colocados à venda na plataforma digital eBay.
Uma fonte do museu disse ao Daily Telegraph que a forma como a direção tratou o caso foi “negligente e incompetente”.
Entretanto, foi lançada uma investigação independente da segurança. Esta será feita pelo ex-administrador do museu, Sir Nigel Boardman, e Lucy D'Orsi, chefe da Polícia de Transportes Britânica, que vai tentar recuperar os itens roubados.
Fischer também disse que “julgou mal” alguns comentários que fez sobre o especialista em antiguidades romanas e pediu desculpa publicamente.
É importante recordar que o Museu Britânico está neste momento envolvido numa série de polémicas e processos judiciais em que diferentes países pedem a devolução de artefactos na posse da instituição. Destaca-se, em particular, as autoridades nigerianas e gregas que exigiram a devolução dos tesouros do museu que este se recusa a fazer.
Mais de 900 peças de bronze do Benin e os mármores do monumento mais importante da Grécia, o Partenon, são agora o centro de novos apelos à repatriação de artefactos, tendo em conta acusações de que a segurança do Museu Britânico não é confiável.
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