Weisselberg, que trabalha para a empresa do ex-Presidente dos Estados Unidos Donald Trump há décadas e é uma figura-chave na empresa, entregou-se às autoridades criminais de Manhattan, Nova Iorque, esta manhã, acompanhado do seu advogado, de acordo com vários meios de comunicação social locais.
O diretor financeiro da Trump Organization deve comparecer esta tarde a um juiz, ao lado de outros representantes do consórcio, que também já foram indiciados no mesmo caso.
Nesta fase, Donald Trump não deve ser implicado no processo, nem qualquer membro da sua família.
Por enquanto, os crimes imputados a estes gestores são desconhecidos, já que a acusação aprovada na quarta-feira por um grande júri foi mantida em segredo e os procuradores não divulgaram quaisquer pormenores.
De acordo com o jornal The Wall Street Journal, as acusações estarão ligadas a situações de evasão fiscal, depois de o Ministério Público ter investigado se Weisselberg e outros funcionários da empresa evitaram ilegalmente pagar impostos sobre algumas indemnizações que receberam.
Se os procuradores conseguirem provar que a empresa de Trump e os seus gestores evitaram sistematicamente o pagamento de impostos, podem abrir acusações mais sérias, acrescentou o jornal.
A Trump Organization já reagiu a estas acusações, denunciando-as como uma “tentativa de prejudicar o ex-Presidente”.
“Isto não é justiça. Isto é política”, disse um porta-voz da Trump Organization, citado por vários meios de comunicação social.
As acusações serão as primeiras correspondentes às investigações que o procurador do distrito de Manhattan, Cyrus Vance, tem vindo a conduzir há cerca de três anos sobre os negócios do ex-Presidente dos Estados Unidos.
As investigações da Trump Organization aceleraram nos últimos meses, com vários gestores a serem chamados para testemunhar perante um grande júri, em preparação de possíveis acusações.
As investigações cobrem possíveis fraudes fiscais, seguros e outras infrações criminais, alegadamente cometidas antes da chegada de Trump à Casa Branca, em 2017.
O processo pode incluir avaliações inflacionadas, descontos fiscais injustificados e contabilidade duplicada, adulterando as declarações ao Fisco durante vários anos.
O procurador Vance conseguiu uma importante vitória, em fevereiro passado, quando obteve acesso a anos de declarações de impostos de Trump, após uma longa batalha legal na qual o Supremo Tribunal dos EUA acabou por rejeitar os argumentos do ex-Presidente para manter esses documentos confidenciais.
O Ministério Público também tem investigado os pagamentos secretos de dinheiro que a campanha eleitoral de Trump terá feito à atriz pornográfica Stormy Daniels, para impedi-la de tornar pública uma suposta relação sexual com o então candidato à presidência, já que podem violar a legislação do estado de Nova Iorque.
O ex-Presidente republicano sempre negou qualquer irregularidade e denunciou repetidamente que as investigações são resultado de uma “caça às bruxas” com motivações políticas, sustentada por procuradores democratas.
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