“Vamos manter-nos em funções até haver uma resposta por parte da tutela [substituição], ninguém está a pensar largar o hospital ou o Serviço Nacional de Saúde”, disse José Pedro Moreira da Silva.
Contrariando o que o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, avançou segunda-feira à Lusa de que os profissionais demissionários abandonariam funções a 6 de outubro se o Governo não desse nenhum “sinal positivo”, o diretor clínico vincou que “nunca se falou” numa data concreta, acrescentando que “nestas coisas das demissões normalmente há um prazo de um ou dois meses”.
Contactado pela Lusa, Miguel Guimarães afirmou que a informação lhe foi “transmitida pelo diretor clínico”.
Já segundo o diretor clínico, “Ninguém falou em datas”.
“[O bastonário] avançou como data dia 06 de outubro porque, na altura, estabelecemos um prazo de 30 dias para termos uma resposta da tutela e como a conferência de imprensa [de anúncio da demissão] foi a 6 de setembro, 6 de outubro seriam os 30 dias, mas falou por falar”, referiu José Pedro Moreira da Silva.
“O que se falou é que, de facto, seriam os tais 30 dias, mas não ficou claro que teria de ser às 00:00 ou 16:00 de dia 6 de outubro”, vincou.
Os demissionários vão manter-se em funções como se “nada tivesse havido”, enquanto o Governo de António Costa não os substituir, referiu, admitindo que esse processo pode “demorar meses”.
José Pedro Moreira da Silva salientou que “nenhum dos demissionários” vai abandonar o serviço que dirige e deixar o hospital ao “Deus dará”, reforçando que “ninguém” vai abandonar os doentes sem a certeza de que as coisas estão resolvidas.
A decisão de demissão poderá ser reversível se “alguma coisa de importante” acontecer, se o Governo der um sinal positivo e “não pequenino”.
“Já fomos tendo alguns contactos [com a tutela], não posso dizer quais, mas penso que já foram dados passos, houve indícios de que poderá haver mudanças”, revelou.
O diretor clínico reafirmou que a sua demissão e dos 51 outros profissionais assentou em três pontos fundamentais, tais como a necessidade de financiamento, obras e aquisição de material.
José Pedro Moreira da Silva lembrou que o hospital tem material “completamente degradado” e um hospital “pouco funcional”, sendo urgente que o Governo "dê atenção" a Gaia.
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