"Os diretores reafirmam a necessidade da demissão do dr. Mário Pereira, continuando a exigir o cabal cumprimento da lei", declarou Filomeno Paulo, porta-voz de uma reunião que decorreu no Funchal.

Cerca de 30 diretores de serviço e coordenadores de unidades do Sesaram apresentaram a demissão na sequência da tomada de posse do novo diretor clínico, no início do mês, avançando depois com um aviso de renúncia do cargo, cujo prazo ainda decorre.

Os responsáveis protestam pela nomeação de uma "pessoa que está adstrita aos partidos" do Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP, liderado por Miguel Albuquerque, e ao "abrigo de um acordo de governo", no âmbito do qual o cargo de diretor clínico seria entregue a um representante do CDS-PP.

Mário Pereira, médico ortopedista do Sesaram e ex-deputado centrista na Assembleia Legislativa da Madeira, foi, na qualidade de parlamentar, um dos maiores críticos do Sistema Regional de Saúde.

"Numa derradeira tentativa de fazer regressar a normalidade à prestação de cuidados de saúde que a nossa população não pode deixar de ter, [os diretores de serviço demissionários] solicitam uma audiência com caráter de urgência ao senhor presidente do Governo Regional", declarou Filomeno Paulo.

O médico vincou ainda a "grande preocupação" dos diretores de serviço pelas consequências que a "perturbação" causada com a nomeação de Mário Pereira pode vir a ter na elaboração das escalas do serviço de urgência.

O porta-voz referiu, por outro lado, que continuam a decorrer reuniões entre os demissionários e a Secretaria Regional da Saúde, revelando que todas as "tentativas" para os demover da sua determinação têm sido "infrutíferas".

Filomeno Paulo esclareceu também que a existência de um plano regional de contingência contra o novo coronavírus não interfere com a posição dos diretores de serviço.

"São duas coisas que decorrem em paralelo: o coronavírus por um lado e o processo de nomeação do diretor clínico por outro", disse, realçando: "Continuamos a exigir que o dr. Mário Pereira se demita".