A precariedade de professores e investigadores e os baixos salários, que não acompanham a inflação, são dois dos principais motivos que levam estes trabalhadores a aderir à greve nacional de sexta-feira promovida pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública e participar na manifestação nacional de sábado, explicou hoje o secretário-geral da Fenprof numa conferência de imprensa.
A Fenprof apelou ainda à presença de docentes e investigadores na próxima quarta-feira à tarde em frente ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), para exigir “o desbloqueio das negociações” com a ministra Elvira Fortunato.
“Desde novembro de 2022 que a Fenprof propôs à ministra a celebração de um protocolo que pudesse prever prazos e matérias para ter resposta ao longo da legislatura”, recordou hoje Mário Nogueira, lembrando que a tutela “esteve disponível”, tendo a Fenprof enviado uma proposta e recebido uma contraproposta.
“Fechámos uma lista com as matérias que seriam resolvidas, umas com medidas mais imediatas, e outras a longo prazo”, disse, acrescentando que, passados quatro meses, os problemas não saíram do papel.
Há aspetos do protocolo negocial que já deveriam estar “em final de negociação ou conclusão”, como é o caso da revisão do Estatuto da Carreira de Investigação Científica e a criação de Regime de Docentes e Investigadores do Ensino Superior Particular e Cooperativo, “mas parece que faltou a vontade”, acusou.
Na quarta-feira, a Fenprof vai ao ministério “dizer à senhora ministra que está na altura de cumprir com aquilo que em protocolo acordou”, explicou Mário Nogueira, durante a conferência de imprensa em que estiveram presentes outros quatro elementos da Fenprof: Tiago Dias, do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, André Carmo, da Universidade Évora, Nuno Peixinho, da Universidade de Coimbra e Miguel Viegas, docente em Universidade Aveiro.
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