“Está melhor do que estava há um ano, em que se esperava entre nove e 12 meses. Neste momento isso não acontece, mas mesmo assim ainda esperamos dois a quatro meses”, disse à agência Lusa Emília Rodrigues, da associação de doentes SOS Hepatites.

A responsável lembra também que, apesar de esta espera não colocar em causa a eficácia do tratamento, “pode colocar em causa a saúde do doente, porque o fígado continua a degradar-se”.

“Mesmo estando cuidado da hepatite, o fígado pode continuar a degradar-se, quanto mais não tendo o medicamento”, acrescentou.

Emília Rodrigues lembra que os atrasos maiores surgem nos hospitais mais pequenos, no interior do país, e recorda que desde finais de 2017 os pagamentos ficaram a cargo das administrações hospitalares (antes eram da responsabilidade da Administração Central do Sistema de Saúde).

É mesmo uma questão economicista. (…) Eu também entendo as administrações hospitalares e a lei dos compromissos. O doente é que não pode sofrer por causa disso”, sublinhou.

A qualidade de vida destes doentes vai estar em debate no sábado, no VII Congresso Nacional SOS Hepatites, que decorre na sede da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), em Lisboa.

Explica o portal do Serviço Nacional de Saúde que o VHC é o vírus que causa a hepatite C. Encontra-se no indivíduo doente e tem um período de incubação que oscila entre os 40 e os 70 dias.

Cerca de 20 a 30% dos indivíduos infetados com o VHC recuperam espontaneamente após a infeção aguda pelo mesmo. Os restantes 70 a 80% evoluem para hepatite crónica. Em 20% dos doentes, a hepatite C crónica pode conduzir à cirrose e/ou cancro do fígado.

A hepatite C é uma inflamação do fígado provocada pelo vírus VHC que, quando crónica, pode conduzir à cirrose, insuficiência hepática e cancro.

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