Segundo o relatório de monitorização da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), entre janeiro e junho de 2023, foram realizadas 15 559 consultas de oncologia nos hospitais do SNS a pedido dos centros de saúde.
Daí, os doentes que foram classificados pelo médico de família como 'muito prioritários' supostamente teriam de ser atendidos nos sete dias seguintes após o pedido feito ao hospital. Mas, 83% desses estão a esperar cerca de 17,8 dias. Segundo a ERS, mais de metade dos doentes 'prioritários' e de 'prioridade normal' (55,7% e 57,6%, respetivamente) espera acima dos respetivos tempos máximos legais (15 e 30 dias).
Na cardiologia, a situação está um pouco pior. No mesmo período, foram realizadas 21 894 primeiras consultas daquela especialidade (mais 17% em comparação a 2022), sendo que 89% dos doentes com doença cardíaca (suspeita ou confirmada) não viu respeitado os tempos máximos e a mediana de espera passou de 83 para 109 dias. Todos os doentes (55) referenciados para consulta como 'urgência diferida' naquele período, que deveriam ter tido resposta imediata, ultrapassaram os tempos de espera.
Ao contrário dos hospitais do SNS, os centros de saúde têm sido céleres em termos de cuidados primários. Segundo o mesmo relatório, as consultas presenciais realizadas um dia útil após a solicitação do doente representam cerca de metade do total de consultas nas regiões Norte, Centro e Alentejo. Para Lisboa e Vale do Tejo e Algarve não há dados. Outros 20% correspondem a consultas agendadas para 11 a 15 dias úteis após a solicitação.
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