As três entidades concertaram posições no sábado, numa reunião em que ficou acordado realizar, mas em data a definir, uma marcha de protesto na EN125, no troço entre Vila Nova de Cacela e Vila Real de Santo António, que passa pelos territórios dos dois concelhos e onde são visíveis os “sinais de degradação” que tornam “imperativa” a requalificação da estrada no sotavento algarvio, disse à agência Lusa um fundador do movimento de utentes.
A empreitada de requalificação da EN125 já iniciada pelo Governo e pela empresa Infraestruturas de Portugal(IP) apenas incluiu trabalhos na zona do barlavento (oeste), tendo o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, remetido para o último trimestre de 2017 o início da requalificação nas zonas onde era mais urgente intervir entre Olhão e Vila Real de Santo António, assinalou o fundador do movimento, Hugo Pena, criticando o atraso.
A mesma fonte adiantou que, na reunião de sábado com as Câmaras de Vila Real de Santo António e Castro Marim (distrito de Faro), ficou acordado que a data da ação de protesto na EN125 seria decidida após a entrega ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, de uma petição a pedir a requalificação da estrada no sotavento algarvio e que “conta já com mais de 5.000 assinaturas”.
“São necessárias 4.000 para que o assunto seja debatido no plenário da Assembleia da República, agora vamos marcar um encontro com o presidente da Assembleia da República para entregar a petição, juntamente com as câmaras, e ficou acordado que depois faremos agendaremos do dia do protesto”, afirmou Hugo Pena, manifestando “estranheza” por o presidente da Associação de Municípios do Algarve (AMAL) e da Câmara de Tavira, Jorge Botelho, não intervir mais assertivamente neste assunto.
O presidente da Câmara de Castro Marim, Francisco Amaral, disse à Lusa que está “farto” de que o Governo aponte a culpa do atraso no início dos trabalhos na parte sotavento da EN125 ao Tribunal de Contas e exigiu uma resposta para requalificar uma estrada com condições “do terceiro mundo”, qualificou.
“O que queremos é a repavimentação e a requalificação da EN125, porque estamos todos a trabalhar para criarmos boas condições aos nossos munícipes e a quem nos visita, para termos um turismo de qualidade, quando no fundo estamos servidos por uma estrada do terceiro mundo. Isto é uma vergonha e o Governo parece que não tem vergonha nenhuma”, afirmou o autarca.
Francisco Amaral disse que as Câmaras decidiram unir-se ao movimento de utentes da EN125 – Sotavento porque também estão a sentir uma “falta de respeito para com os autarcas” por parte da IP, ao enviar “uma secretária a receber os dois presidentes das câmaras algarvias, quando tinham uma reunião agendada com o presidente da empresa”.
A presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita, também lamentou não ter sido recebida pelo presidente da IP e anunciou que as três entidades vão pedir novas reuniões à tutela.
“O que está em causa é despir a camisola e lutar pela EN125”, disse a autarca, considerando que “cada vez mais tem que se lutar para que o Governo ouça”.
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