“No PSD, somos o partido por excelência da Europa e devemos ter orgulho nisso”, afirmou o antigo presidente da Comissão Europeia, numa aula da Universidade de Verão do PSD sobre “A Europa e o Mundo: Desafios e Perspetivas”.
No final da sua intervenção inicial, Durão Barroso fez questão de deixar uma palavra sobre o PSD, partido que liderou entre 1999 e 2004.
“No PSD temos experiência, temos autoridade e temos credibilidade para falar de União Europeia”, defendeu.
Por isso, apelou, o partido deve estar mobilizado para as eleições europeias de 09 de junho de 2024.
“Devemos estar a preparar as nossas equipas, ter uma mensagem para o país e dizer como vamos executar o projeto nacional em articulação com o projeto europeu”, pediu.
Durão Barroso defendeu que esse é o desafio a curto prazo e “a prioridade imediata” do PSD, apelando a que o partido saiba “construir o futuro” apoiado na sua história em matéria europeia.
“O futuro não é amanhã, é já hoje”, frisou.
Na sua quarta participação nesta iniciativa de formação política – esteve na sua génese e participou na primeira edição em 2003, em 2006 como presidente da Comissão Europeia e novamente em 2015 -, Durão Barroso salientou o papel do PSD na construção europeia, destacando Cavaco Silva, Passos Coelho e o seu próprio contributo, quando liderou a Comissão.
Ao longo de duas horas – no final das quais foi aplaudido de pé e com gritos ‘PSD, PSD’ - apresentou os principais avanços da União Europeia desde a sua génese e defendeu que as várias crises geraram na União Europeia sempre maior integração, dando como um dos exemplos a crise das dívidas soberanas.
“Em 2012 organizei um jantar na Comissão Europeia chamando os economistas chefes dos maiores bancos da Europa e todos menos um disseram que no final do ano a Grécia estaria fora do euro. Estavam completamente enganados, porque subestimaram a capacidade política da integração europeia”, recordou.
No topo das suas preocupações com a União Europeia, apontou o envelhecimento do continente europeu – ao contrário do dinamismo de continentes como a Ásia ou África -, ou a falta de acordo numa política de asilo e integração.
“Portas abertas sim, portas escancaradas não”, defendeu, considerando que se as populações percecionarem que não há qualquer controlo de fronteiras crescerão “os partidos de extrema-direita xenófobos e por vezes racistas”.
Durão Barroso é também presidente da Aliança Global para as Vacinas, presidente dos conselheiros internacionais da Goldman Sachs e professor universitário, tendo ocupado o cargo de primeiro-ministro entre 2002 e 2004 e do de presidente da Comissão Europeia entre 2014 e 2024. liderou o PSD entre 1999 e 2004.
(Notícia atualizada às 13h51)
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