O cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh, que segundo o Ocidente e Israel liderou o antigo programa secreto do Irão para desenvolver armas nucleares, foi morto na sexta-feira numa emboscada perto de Teerão e os iranianos responsabilizaram Israel pelo assassínio.
Diante das reações internacionais “limitadas e mornas”, o chefe da diplomacia iraniana partiu nas últimas horas para a ofensiva com mensagens no Twitter em vários idiomas: russo, chinês e alemão, além do inglês, que costuma usar naquela rede social.
A última mensagem, publicada em alemão, volta a criticar “os vergonhosos padrões duplos” da comunidade internacional, especialmente da União Europeia (UE). Zarif exortou a UE a condenar o assassínio.
No sábado, a UE classificou o assassínio de “ato criminoso” e pediu “que todas as partes permaneçam calmas e exerçam o máximo de contenção para evitar uma escalada que não pode interessar a ninguém”.
Na mesma linha, a ONU afirmou que condena “qualquer homicídio ou execução extrajudicial” e pediu “moderação”.
Zarif considerou contudo noutra mensagem que o ataque a Fajrizadeh “foi sem dúvida projetado e planeado por um regime terrorista e executado por cúmplices de criminosos”.
“É vergonhoso que alguns se recusem a opor-se ao terrorismo e se escondam atrás de pedidos de moderação”, disse Zarif.
Numa mensagens em russo, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão insistiu que o assassínio é “uma violação do direito internacional e um desrespeito aos princípios humanos e morais”.
Além disso, numa mensagem em chinês, Zarif pediu a construção de “um consenso diante das tensões na região”, além de condenar o “terrorismo de Estado”, referindo-se a Israel.
Em Israel, as autoridades recusaram-se a comentar as alegações do Irão, mas alertaram as suas embaixadas, temendo ataques retaliatórios.
O assassínio do polémico cientista só foi fortemente condenado por grupos e países aliados ou próximos ao Irão, como o grupo Hamas, o grupo Hezbollah, a Síria, a Turquia e o Catar.
O Irão sempre negou ter um programa secreto para desenvolver a bomba atómica e defende que o seu programa nuclear é civil e pacífico.
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