Foi hoje. Dois meses depois a bola voltou a rolar. E logo com uma goleada das antigas. No entanto, foi uma festa de bola diferente. Os festejos foram feitos com o cotovelo e sem abraços. Os minutos passavam, as jogadas eram disputadas, a rede ia balançando. Mas das bancadas só se ouviu um silêncio que se foi transformando aos poucos num pio fantasmagórico. É o que acontece quando não há ambiente criado por quem faz a festa, os adeptos.

Só dá para imaginar como não estaria a "Parede Amarela", a bancada dos duros do Dortmund, em pleno Signal Iduna Park, com um 4-0 frente aos maiores rivais, sem pandemia. É resultado que pede coreografia encenada e cântico grunhido. No entanto, olhando para as bancadas, só cadeiras vazias. Um ermo futebolístico de que ninguém gosta. Muito menos ali.

Que se pode dizer acrescentar sobre o regresso da redondinha em plena "fome de bola"? Os ecos de pavilhão que se ouviram na transmissão foram ensurdecedores. É futebol em modo jogo-treino e não futebol a valer. Nem parece o mesmo o desporto, amado por milhões em todo o mundo. Aquele futebol que tanto gostamos e nos faz torcer o nariz quando ouvimos o termo soccer. Futebol é football e é o nosso. Mas hoje nem parecia o mesmo.

No entanto, em tempos extraordinários, é o possível. O "novo normal" assim o obriga. Assim, hoje, foi o internacional português Raphael Guerreiro que esteve em evidência, marcando dois dos quatro golos da vitória por 4-0 do Dortmund ao Schalke, no dérbi de Bruh. Veja as imagens e saiba as incidências da retoma da Bundesliga aqui.

Covid-19. Portugal regista hoje mais 13 óbitos, 227 casos de infeção e um recorde de 494 recuperações. "Os sinais que vemos são encorajadores", salienta a ministra da Saúde, Marta Temido, numa altura em que Portugal de prepara para a próxima fase se desconfinamento. Veja os números atualizados e saiba o que mais de importante se disse no briefing sobre o balanço diário da pandemia.

Meu incerto mês de agosto. O desconfinamento gradual abre algumas portas à normalidade possível. Mas os tempos de incerteza, especialmente no que diz respeito aos rituais dos emigrantes e lusodescendentes, habituados a vir a Portugal no verão, continuam. O governo diz que os quer receber, muitas autarquias também, mas "ainda são muitas as incógnitas quanto ao que os próximos meses lhes reservam". Pode ler tudo aqui.

António Costa. Um dia depois de ter anunciado as medidas da segunda fase de desconfinamento, quis mostrar ao país de que agora — dentro do possível — é preciso voltar à normalidade. Tendo passado por espaços na rua Garrett, na rua Nova do Almada e na rua do Carmo, em Lisboa, o primeiro-ministro parecia um transeunte comum. Ou não tivesse descido o Chiado de mão dada com a mulher. Aos portugueses deixou um apelo: "Com a mesma determinação como nos fechámos, temos agora também de voltar à rua". Leia tudo e veja as imagens.

A restauração vai abrir na segunda-feira. "É muito mais seguro vir a um restaurante do que a um supermercado", diz um proprietário. Os restaurantes vão reabrir ao público com fortes restrições, mas os proprietários dos estabelecimentos garantem que "estão criadas todas as condições" e vai haver segurança, se todos cumprirem as regras.

"Como é que o Bicho Mexe". A linguagem não é a mais apropriada para mentes delicadas ou mais sensíveis aos palavrões. Mas a julgar pelo que se passou a noite passada no direto de Bruno Nogueira, a partir da sua conta de Instagram, será um pouco impossível não vir a sentir a sua falta. Durante dois meses, de segunda a sexta, "Como é que o Bicho Mexe" ajudou muito boa gente a ultrapassar o confinamento. Ontem, terá sido último — até ver — e foi especial. Entre chamadas para o Polo Norte passando por uma "olá" rápido a um tal de Cristiano Ronaldo, o direto já conquistou o seu pedacinho de história. Nem que seja para as 170 mil pessoas que assistiram. Bom, se quiser recordar ou saber como foi, pode fazê-lo aqui.

Notícias internacionais do dia

Sugestão de sábado à noite. A 65.ª edição do Festival Eurovisão da Canção foi cancelada, mas no dia em que deveria decorrer a final, realiza-se um espetáculo: o Eurovision: Europe Shine a Light. Os artistas dos 41 países concorrentes deste ano não vão deixar de cantar. Na RTP1, a partir das 21h00.

Sem mais, o meu nome é Abílio dos Reis e hoje o dia foi mais ou menos assim.