João Costa participou hoje, em Paço de Arcos, no encontro de especialistas em Educação de Infância da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em que foram debatidas as principais conclusões do relatório ‘Starting Strong’, sobre as transições entre a educação de infância e o primeiro ciclo.

“Este relatório fornece aos países participantes indicadores-chave no estado da arte da educação de infância e também da creche”, sendo que os principais indicadores são de nível social, nomeadamente “o impacto de uma boa educação na infância”, disse à agência Lusa o secretário de Estado da Educação, à margem do encontro.

O estudo analisou o impacto de “um bom serviço de pré-escolar, como principal instrumento de preparação de uma escolaridade de sucesso, e por outro lado, a correlação entre as condições de vida, em particular das mães, e a disponibilidade no pré-escolar”.

João Costa sublinhou que o “principal foco” em que o Governo está a investir é assegurar “uma transição de qualidade” da creche para o pré-escolar e deste para o primeiro ciclo, uma vez que “os principais momentos de rutura são os momentos de transição”.

Para atingir este objetivo, o Governo está a “investir em várias medidas”. Além da universalização do pré-escolar a partir dos três anos, foi publicada, no ano passado, a revisão das orientações curriculares para o pré-escolar.

Entre essas orientações, João Costa destacou “em primeiro lugar” o “alinhamento de áreas do currículo” do pré-escolar com as áreas do primeiro ciclo, como por exemplo a educação física e a educação artística.

“Algumas das sugestões de trabalho sobre literacia e numeracia” também vão ser alinhadas com o que se vai fazer no primeiro ciclo, adiantou.

Segundo o governante, também há “um enfoque muito grande na dimensão formativa da avaliação tal como se está a recomendar para o primeiro ciclo”.

“Uniformizámos o calendário, já a partir do próximo ano, do pré-escolar e do primeiro ciclo para permitir que os professores do primeiro ciclo e os educadores do pré-escolar tenham tempos comuns para planificação do seu trabalho”, explicou.

Uma das conclusões do relatório da OCDE, com dados relativos a 2013, aponta que as famílias portuguesas são as que têm mais gastos com o ensino pré-escolar.

Segundo João Costa, “Portugal ainda tem níveis de participação das famílias altos comparados com outros países, porque ainda não há oferta pública para todas as crianças, em particular nos três anos”.

Esta situação será atenuada com a universalização da educação pré-escolar aos três anos, que irá ter “um impacto direto no investimento público que está a ser feito na rede” e “aliviar o investimento das famílias”, afirmou

“O pré-escolar é um dos principais preditores de sucesso escolar” e, por isso, “começar cedo é a melhor maneira de garantir que temos melhores aprendizagens no futuro”, disse, concluindo: “é um investimento de médio e longo prazo nestas crianças”.