O bloco de centro-direita, que integra PSD e CDS-PP, continuaria com a atual liderança, com 22,9% dos votos, enquanto o grupo Socialistas e Democratas (S&D), que inclui os eleitos do PS, manteria os 140 assentos, com 18,3%.
O terceiro lugar é disputado pelo grupo Renovar a Europa (RE, liberais, inclui a Iniciativa Liberal) e pelos Conservadores e Reformistas (ECR, nacionalistas conservadores), com a projeção a atribuir 86 lugares a cada bancada.
Com este resultado (11,8%), os liberais perderiam 16 lugares (102 agora), enquanto o ECR, com 11,2%, ganharia 18 eurodeputados (face aos atuais 68).
O Renovar a Europa teve o seu melhor resultado nas eleições de 2019, impulsionado pelo "grande entusiasmo em torno dos partidos políticos que imitavam o movimento [do Presidente francês, Emmanuel] Macron", mas que entretanto arrefeceu, até porque, recordou à Lusa Tobias Schminke, do Europe Elects, "estar no governo durante uma crise de custo de vida é difícil e os liberais tendem a estar mais tempo no governo do que, por exemplo, a direita radical".
Os liberais franceses deverão reduzir a presença no Parlamento Europeu de 23 para 17 lugares, os alemães do Partido Democrático Liberal (FDP) podem perder dois eurodeputados, enquanto se assistirá ao "colapso" do Ciudadanos espanhol, "um partido que se dividiu sobre a questão de saber até que ponto é aceitável a cooperação governamental com a direita radical".
Muito perto, o Identidade e Democracia (ID, que integra partidos de extrema-direita, e inclui o Chega), teria 9,9% dos votos, conquistando mais 25 eurodeputados, para um total de 84 lugares.
As projeções deste organismo que analisa dados eleitorais, elaboradas no final de abril para o jornal online Euractiv, mostram no entanto que a ID já teve resultados melhores: entre dezembro e finais de fevereiro, estimativas apontavam para 93 eleitos.
Um dos principais motores para esta diminuição, justificou à Lusa Tobias Schminke, é o declínio do apoio ao alemão Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita), após fortes protestos contra um encontro, com a participação de membros do partido, em que foi discutido um plano de deportação em massa de imigrantes.
Os Verdes (de que faz parte o deputado independente Francisco Guerreiro, eleito em 2019 pelo PAN) teriam a maior perda: com 7,7%, elegeriam 48 representantes, menos 24.
O grupo da Esquerda (em que estão integrados Bloco de Esquerda e PCP) teria 6,3% e 44 eleitos, mais sete que agora.
Já os não inscritos (NI) teriam 6,6% e 48 assentos (menos um).
As eleições para o Parlamento Europeu decorrem entre 6 e 9 de junho, estando marcadas em Portugal para o dia 09.
Em Portugal, a projeção da Europe Elects dá a vitória ao PS (31% dos votos), elegendo oito eurodeputados, menos um que atualmente, contra seis da Aliança Democrática (25% e seis eleitos - atualmente, PSD tem seis e CDS um).
Com 18%, o Chega entraria pela primeira vez para o Parlamento Europeu, com quatro eleitos, enquanto a Iniciativa Liberal (IL) também se estrearia, com 6% e um eurodeputado.
Com 6% e 4% dos votos, respetivamente, Bloco de Esquerda e PCP reduziriam dos atuais dois para um deputado, cada um. O Livre obteria 4% dos votos, mas sem conseguir eleger, tal como o PAN, com 2%.
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