Em declarações à Lusa, à margem do Conselho Nacional do PSD, que se reúne esta noite em Guimarães para, entre outros pontos, aprovar as listas a deputados para as eleições de 6 de outubro, o também membro do Conselho Estratégico do PSD considerou que o critério de escolha dos candidatos à Assembleia da Republica foi "amiguismo e fidelidade a certas pessoas".
"Afigura-se-me perfeitamente legítimo que a direção queira fazer uma renovação, nada a opor. O que me parece é esta renovação foi feita sem conta, peso e medida, sem ponderação, sem equilíbrio, sem bom senso e chamar-lhe renovação é eufemismo, isto é uma limpeza", declarou.
Segundo considerou, "o critério [para escolher os futuros deputados do PSD] não foi a meritocracia, nem a competência".
"É um critério de fidelidade a determinadas pessoas, de amiguismo até, e acho que isso não é bom nem faz parte da tradição histórica do partido. Acredito que a renovação se impunha, é sempre saudável, mas feita com critérios".
Por isso, avisou Jorge Neto, que foi apoiante do presidente do PSD, "o partido não sai seguramente unido, prestigiado nem credibilizado deste processo".
"Penso que vai haver um reflexo nos resultados, haverá seguramente muita gente que não se sente motivada nem mobilizada para a campanha e isso, desde logo, tem um reflexo nos resultados" e irá além dos resultados eleitorais, alertou.
"E mesmo o grupo parlamentar do PSD que podia ser um grupo de grande qualidade, a meu ver tudo indica que não o será na próxima legislatura", defendeu.
No entanto, assegurou, o PSD poderá continuar a ter o seu apoio.
"Sem prejuízo do que foi dito continuo a apoiar o PSD. É importante criar uma alternativa ao PS, criar evitar uma maioria absoluta", salientou.
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