Citando dados não oficiais, a Fars adianta que a primeira conclusão é uma vitória completa dos candidatos do bloco conservador e ultraconservador a nível nacional e que na capital, Mohammad Baqer Qalibaf, lidera a lista dos mais votados.

Os resultados completos, sobretudo em Teerão, deverão ser anunciados dentro de dias, acrescenta a Fars, sem se comprometer com datas.

Estes resultados parciais confirmam a expetativa de antes das eleições que era a derrota em toda a linha do bloco reformista e moderado, por duas razões, em que a principal foi a desqualificação de milhares de candidatos desta linha política pelo Conselho Guardião, órgão de tutela dos atos eleitorais no Irão.

A segunda razão assenta no profundo desapontamento dos eleitores, sobretudo das mulheres e dos que têm menos de 30 anos, com a gestão económica do executivo do Presidente Hassan Rohani, sobretudo a falta de cumprimento das promessas que fez na liberalização social e política, aquando da sua reeleição para o segundo e último mandato presidencial em 2017.

Vantagem confortável para bloco conservador

O bloco conservador iraniano lidera confortavelmente a contagem de votos das legislativas realizadas na sexta-feira, quando está já concluído o processo em quase 25% dos círculos eleitorais, anunciou hoje um porta-voz da Comissão Eleitoral.

Segundo Esmaïl Mussavi, estão contados os votos em 55 dos 208 círculos eleitorais, situados maioritariamente nas zonas rurais das províncias de Azerbaijão Ocidental e Oriental, Isfahan, Bushehr, Jorasan do Sul, Juzestan, Jamedan e Semnan, entre outras.

Não foi adiantado nenhum valor relativo à taxa de participação dos cerca de 58 milhões de eleitores inscritos.

“Relativamente às zonas mais populosas e às grandes cidades o nosso propósito é anunciar os resultados o mais tardar domingo”, acrescentou Mussavi.

Os dados publicados pela Comissão Eleitoral apenas referem o nome do candidato e o número de votos que alcançou, sem identificar o respetivo partido. Contudo, e de acordo com os meios de comunicação locais, a grande maioria dos deputados já eleitos pertencem ao bloco conservador e ultraconservador.

Para efetuar a contagem dos votos foram credenciados um milhão de pessoas, que trabalharam durante a noite logo após o encerramento oficial das urnas, que sofreu quatro prolongamentos.

A agência semioficial Fars anunciou entretanto que a afluência dos eleitores era de 40% a nível nacional e de 30% em Teerão às 18:00 locais de sexta-feira, hora inicialmente prevista para o fecho da votação.

A votação foi prolongada por quatro vezes, tendo finalmente encerrado às 24:00 locais.

Cerca de sete mil candidatos do bloco reformista e moderado foram desqualificados nas eleições

Na manhã do dia de votação, logo após a abertura das urnas, o Guia Supremo do Irão ayatollah Ali Khamenei salientou que votar era um “dever religioso”, referiu a agência oficial IRNA.

Na passada quarta-feira, em conferência de imprensa, o porta-voz do Conselho Guardião, órgão que supervisiona os atos eleitorais no Irão e que desqualificou cerca de sete mil candidatos do bloco reformista e moderado, Abbasali Kadkhodaee antecipou que a afluência poderia situar-se à volta dos 50%. “Antecipamos que 50% do eleitorado vai votar”, disse então.

Abbasali Kadkhodaee salientou ainda que se os votantes forem menos de 50% tal não será motivo de preocupação.

“Há países europeus em que a participação eleitoral é inferior a 50%”, rematou.

Nas anteriores legislativas, realizadas em 2016, a taxa de participação anunciada oficialmente foi de 62%, e representou uma vitória clara do bloco reformista e moderado, que, designadamente em Teerão, resultou na eleição dos 30 lugares em disputa.