A iniciativa bp Target Neutral, criada de acordo com as orientações da ONU no que diz respeito redução das emissões de carbono, está a desenvolver projetos em várias zonas do globo para compensar as emissões feitas pelos condutores que abastecem nos postos da companhia de combustíveis. Um desses projetos fica na Índia, onde a bp está a equipar mais de 5 mil habitações rurais com biogestores e fogões eficientes.
O projeto Bagepalli Biogas está a decorrer em Chickballapur, no distrito de Karnataka, no sul da Índia, e estima-se que tenha sido responsável por uma redução de 134 toneladas de emissões de CO2. Os fogões instalados pelo projeto produzem biogás de baixo carbono e são uma alternativa à forma tradicional de cozinhar, que necessita de combustíveis sólidos, domo lenha. Uma vez que este sistema não queima lenha, cozinhar desta forma reduz as emissões de carbono, diminui a poluição do ar e torna o interior das casas menos propício à propagação de doenças respiratórias.
Os critérios de seleção destes projetos não se limitam à vertente ambiental dos mesmos, já que o objetivo é ainda desenvolver as populações que beneficiam destas ferramentas. Em causa está também a criação de emprego, a melhoria das condições de segurança, a criação de infraestruturas, entre outros fatores que enriquecem a comunidade local.
No caso desta iniciativa no sul da Índia, a ação dá oportunidade às mulheres de ter um papel mais ativo na comunidade. A instalação de fogões eficientes permite que estas mulheres não gastem tanto tempo a ir buscar lenha e, de seguida, a preparar os tradicionais fogões de pedra ou argila, sobrando mais tempo para desenvolver outros trabalhos de maior intervenção do meio local.
Bharati, uma das habitantes de Chickballapur que beneficiou do projeto, afirma que este lhe permite "trabalhar mais, porque cozinhar demora menos tempo" e, por isso, consegue "fazer mais dinheiro para gastar em comida". Bharati acrescenta ainda que "tossia muito devido ao fumo, tinha dores de cabeça" e ardiam-lhe os olhos, algo que mudou desde que usa os fogões de biogás.
Outra das mulheres que beneficiou deste projeto, Narsamma, revela que "antes saía de casa às 8 da manhã para ir buscar lenha e só voltava ao fim do dia. Demorava cerca de 16 horas por semana para arranjar lenha. Tinha de carregar um fardo de lenha na cabeça e tinha de cortar a lenha em pedaços mais pequenos. Se eu não tivesse de ir buscar a lenha, começava a cozinhar às 6 da manhã e acabava às 9 horas." Agora, cozinha mais depressa, por isso consegue que os filhos estejam a horas na escola e consegue trabalhar. "Sinto-me muito grata por isso", acrescenta.
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