Em comunicado enviado às redações, a Polícia Judiciária informou que "procedeu à execução de onze mandados de busca, não domiciliárias, visando a recolha de prova relacionada com as práticas criminosas, sob investigação".
"Esta ação foi concretizada em Lisboa, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, com o apoio da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática e foi acompanhada por Juiz de Instrução Criminal e por Magistrados do Ministério Público", é explicado.
Segundo as autoridades, "em causa estão suspeitas da prática dos crimes de recebimento indevido de vantagem, corrupção e participação económica em negócio, relacionados com a celebração de contratos de consultoria celebrados entre empresas municipais da Câmara Municipal de Lisboa e das Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Misericórdia e São Vicente com empresas privadas". É ainda referido pela PJ que as investigações vão continuar.
Segundo a fonte da EMEL, em declarações à Lusa, as buscas decorreram “desde manhã cedo” nesta quarta-feira.
A assessoria da presidência da Assembleia Municipal de Lisboa confirmou igualmente à Lusa que a PJ realizou buscas na sede deste órgão executivo municipal, no Fórum Lisboa, “por volta das 09:00”.
A mesma fonte acrescentou que os serviços cooperaram com as autoridades, disponibilizando toda a informação solicitada, quer em suporte físico como em digital.
Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), disse que esta manhã estiveram na autarquia inspetores da Polícia Judiciária.
“O que confirmo é que hoje esteve lá uma equipa de investigadores da PJ, que pediu documentação específica, a qual foi facultada”, precisou.
O autarca remeteu para mais tarde explicações sobre o assunto através de comunicado.
Em declarações à Lusa, a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS), revelou que os elementos da PJ que estiveram nas instalações da junta pediram informações "sobre dois contratos" celebrados "nos dois mandatos anteriores" com uma empresa de consultadoria.
"Disponibilizámos a informação e cópia dos contratos", afirmou a autarca, acrescentando que a empresa em causa prestou serviços de apoio jurídico.
Carla Madeira adiantou ainda que os contratos foram celebrados nos seus primeiros dois mandatos como presidente da junta, não tendo sido renovado para o atual mandato: "Já não precisávamos dos serviços deles, uma vez que [a junta] tinha meios próprios".
A Lusa tentou contactar a presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, Natalina Moura (PS), mas sem sucesso.
(Notícia atualizada às 17h16)
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