O projeto, desenvolvido pela Estamparia Adalberto hoje visitada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, resulta de uma parceira com o Instituto de Medicina Molecular, a Universidade do Minho e a SONAE, engloba a produção de uma máscara reutilizável e antimicrobiana inovadora, que já teve a certificação do Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (CITEVE).

"Quando vimos que 50 a 60% das nossa encomendas tinham sido canceladas ou que não as conseguimos entregar, tivemos de pensar num outro produto, que, não sendo da nossa área de negócio, poderia ajudar minimizar a situação", começou por explicar Susana Serrano, administradora da Estamparia Adalberto.

A responsável explicou que foram utilizados os conhecimentos da empresa em acabamentos funcionais para criar "um produto diferenciado, que fosse seguro e esteticamente apelativo".

"Começamos, há um mês e meio, a estudar a legislação para cumprir todos os critérios, criando uma máscara, de várias camadas, com propriedades antibacterianas, repelente de partículas e com um gestor de humidade e odor, que poder ser lavada e reutilizada", detalhou.

Desde então, a empresa já produziu 400 mil máscaras, esperando em breve escalar a produção para 500 mil artigos por semana, destinados, essencialmente, ao mercado nacional, mas também para exportação.

"Não será a salvação para o nosso negócio, mas é uma ajuda. Neste momento, ainda temos 50% dos cerca de 400 funcionários em ‘lay-off’, e ainda não há volume suficiente para os fazer todos regressar. Temos feito subcontratações a outras empresas da região para esta produção e conseguimos assim ajudar o setor na região", explicou Susana Serrano.

A administradora partilhou que alguns dos habituais clientes internacionais já mostraram interesse no produto, mas será a SONAE, que integra o projeto, a contribuir de forma mais incisiva para exportação das máscaras.

"Como já trabalhamos com vários pontos de venda fora do país, a ideia, depois de satisfazer o mercado nacional, é o colocar o produto em grandes cadeias de distribuição internacional, que já servimos, nomeadamente em Espanha e Itália, que foram muito atingidas pela pandemia", partilhou Francisco Pimentel, administrador da SONAE fashion.

O responsável considera que esta cooperação é uma forma de ajudar "as empresas têxteis nacionais a recuperar algum do volume de negócios e voltar a reintegrar os trabalhadores em ‘lay-off’", algo que, segundo ao presidente de Câmara de Santo Tirso, já começa a acontecer.

"Este é um período difícil para as empresas de todos o país, mas sempre tivemos um setor têxtil forte, que por estar bem preparado, se soube reinventar e está a dar respostas a esta dificuldade. Estão a saber recuperar para quando a normalidade regressar", disse hoje Alberto Costa.

O autarca tirsense considerou que estas máscaras são um artigo "com uma inovação que não existe no mercado mundial e podem ser uma alavanca para economia local, dinamizando outras empresas que trabalham de forma agregada".

Portugal contabiliza 1.231 mortos associados à covid-19 em 29.209 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

No concelho de Santo Tirso foram, até hoje, confirmados 381 infetados com o novo coronavírus.

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