"A Câmara do Comércio vai exigir ao Governo [Regional] e ao poder político que haja uma adequação da oferta à procura que existe neste momento para o destino das ilhas do Triângulo [Faial, Pico e São Jorge] e também das ilhas das Flores e do Corvo", anunciou Francisco José Rosa, membro da direção da CCIH, em conferência de imprensa tida hoje na Horta, ilha do Faial.
O empresário lembrou que a Azores Airlines, única companhia que opera entre Lisboa e a Horta, não divulgou ainda o seu horário de verão, mas disse ter informação de que, ao contrário do que tem sido reivindicado pelas forças vivas locais, está prevista uma redução do número de voos e lugares para a ilha do Faial.
"Pretendemos que o Governo [Regional], enquanto acionista maioritário do grupo SATA, intervenha junto da administração no sentido de que haja um aumento de frequências, que haja um aumento de lugares disponíveis e que haja um aumento do período de operação diária na época alta, viabilizando a chegada, no mesmo dia, a quem quiser aceder ao destino Horta, Pico, Flores ou Corvo", insistiu Francisco José.
Os empresários locais alegam que a oferta de camas aumentou consideravelmente na ilha, nos últimos anos, à custa do investimento privado, mas lembram que a ocupação hoteleira "não cresceu na mesma proporção", por culpa das "dificuldades nas acessibilidades" nos voos para a Horta, situação que poderá por em causa alguns projetos na área do turismo.
"Neste momento, os empresários do turismo estão seriamente preocupados que os constrangimentos que houve em 2017 possam ser repetidos em 2018", advertiu Francisco José Rosa, acrescentando que muitos deles temem não conseguir assegurar a rentabilidade e a sustentabilidade dos seus negócios.
Paulo Oliveira, membro da Mesa do Turismo da Câmara do Comércio da Horta, teceu também, na ocasião, duras críticas à gestão da companhia aérea açoriana, que no seu entender, devia estar mais preocupada em melhorar as rotas dos Açores do que em "estudar" novas rotas para outras regiões.
"Para aqui, nunca há aviões... Nem para o Faial, nem para o Pico. O Pico tem capacidade para ter mais voos por semana? Tem. O Faial tem capacidade para ter mais voos por semana? Tem. Mas continua-se a experimentar mercados", recordou o empresário, dando como exemplo a operação para Barcelona ou a possibilidade da Azores Airlines poder voar para Cabo-Verde ou para a Madeira.
Recorde-se que um grupo de cidadãos do Faial está a preparar uma manifestação junto ao parlamento dos Açores, na cidade da Horta, para contestar também a eventual redução das acessibilidades na época alta.
A bancada do PS na Assembleia Legislativa Regional, que tem maioria absoluta, já anunciou, entretanto, que vai requerer, com caráter de urgência, uma audição ao presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, Paulo Menezes, exatamente para esclarecer a programação dos voos daquela companhia aérea para a ilha do Faial.
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