A reitoria da Universidade do Porto abriu hoje portas para acolher os vários estudantes internacionais que, recém-chegados à cidade, se preparam para, durante os próximos seis a 12 meses, frequentar os diferentes cursos da academia.

Na sessão de boas-vindas, marcada pela presença de 400 recém-chegados, a estudante brasileira Fernanda Oliveira, de 22 anos, disse à Lusa, que foi o "ensino de qualidade e de referência" do curso de Ciências da Educação que a levou a escolher a instituição portuense.

"Tive uma bolsa de estudo de 10 mil reais (cerca de 2.200 euros), o que me impede de ficar mais do que seis meses na cidade", lamentou.

Até ao momento, e desde o início do ano letivo, chegaram à Universidade do Porto 5.347 estudantes internacionais, a sua maioria proveniente de países como o Brasil, Espanha, Itália, Moçambique e Alemanha, sendo que neste momento representam 20% dos estudantes da academia.

Também na sessão, o estudante de arquitetura Francisco, proveniente do Equador, contou à Lusa, que já tinha tido conhecimento da universidade através de vários colegas, mas que foi a cidade que o "encantou".

"Estou a adorar o Porto, é uma cidade de grande referência e aqui a língua não é um entrave também", salientou o jovem de 23 anos, adiantando que aproveitou os últimos dias para conhecer os locais mais turísticos da cidade.

Segundo a Universidade do Porto, dos 5.347 estudantes internacionais, 1.547 são de mobilidade e estão, neste momento, a frequentar o primeiro semestre, sendo que os restantes são estudantes de grau, ou seja, frequentam todo o curso.

Em declarações à Lusa, a propósito da sessão de boas-vindas, o reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, explicou que os estudantes de grau optam, na sua maioria, pelas áreas de engenharia e das ciências exatas, sendo que a escolha dos estudantes de mobilidade é "generalizada por todos os cursos".

À Lusa, o reitor da Universidade do Porto lamentou o facto de o curso de medicina ser "vedado por lei" a estes estudantes, admitindo que, caso a "proibição fosse levantada" pela tutela, seria uma vantagem financeira para as instituições.

"Estamos convictos que se fosse possível abrir as áreas da saúde a estudantes estrangeiros, isso levaria a um aumento ainda maior da procura. Se fosse levantada a proibição da lei, poderíamos introduzir pessoas com outro 'background' e também seria importante, do ponto de vista financeiro, porque estes estudantes internacionais pagam propinas muito mais elevadas do que os estudantes nacionais", concluiu.

Até ao final deste ano letivo, a Universidade do Porto, espera receber mais de seis mil estudantes internacionais, uma vez que aos 5.347 ainda acrescem os estudantes de mobilidade que vão frequentar a instituição durante o segundo semestre.