O historiador Vítor Serrão, o especialista em azulejaria José Meco, o providencial dos jesuítas, José Frazão Jesus Correia, o diretor da revista Brotéria, António Júlio Trigueiros, os médicos e professores António Gentil Martins e Luiz Damas Mora, o arquiteto e professor José Aguiar e a presidente do conselho de administração do ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios) - Portugal, Soraya Genin, contam-se entre as personalidades que integraram o grupo de trabalho que elaborou a proposta entregue, no dia 07, à diretora-geral do Património Cultural, Paula Araújo da Silva.
Em declarações à agência Lusa, Célia Pilão, que também fez parte do grupo que elaborou a proposta, disse que a DGPC tinha achado que, “numa primeira análise, a proposta está muito bem elaborada”.
“Agora resta-nos esperar que decorram os trâmites legais”, frisou a também administradora hospitalar do Património Cultural do Centro Hospitalar de Lisboa Central, que assinou o documento a título individual.
Para este grupo, é fundamental que todo o edifício onde funciona o Hospital de S. José, assim como a cerca que o rodeia, deixe de ser apenas imóvel de interesse público e passe a ser monumento nacional, visto tratar-se do espaço onde funcionou o antigo Colégio de Santo-Antão-o-Novo (dos Jesuítas).
A proposta – que resultou de um documento elaborado por um grupo de trabalho com mais de 20 especialistas naquele património edificado – recorda a importância de todo aquele conjunto patrimonial, disse Célia Pilão.
“Este conjunto representa um valor cultural de significado para a nação como estabelecido na Lei de Bases do Património Cultural, respondendo aos vários critérios genéricos de apreciação de propostas de classificação da referida lei, tais como critérios de antiguidade, autenticidade, originalidade, singularidade e exemplaridade”, sublinha o documento entregue a Paula Araújo da Silva.
A proposta alerta ainda para o facto de o conjunto edificado de o antigo Colégio de Santo Antão e Hospital de S. José constituir um testemunho histórico, artístico, arquitetónico e científico (material e imaterial) único, com relevância não só a nível nacional, como a nível internacional.
Para o grupo que subscreveu a proposta, não faz sentido que a antiga sacristia do antigo colégio jesuíta – atual capela do Hospital de S. José – seja considerada monumento nacional (classificada desde 1933) e o resto do edifício esteja apenas classificado como imóvel de interesse público.
Isto porque os espaços do antigo colégio, apesar de algo alterados pela adaptação a funções hospitalares, mantêm ainda o essencial da sua integridade arquitetónica, sendo testemunhos relevantes da história da maior e mais antiga instituição hospitalar do país, continuadora do Hospital Real de Todos os Santos.
Aquele património edificado “é uma instituição que tem várias histórias, várias vidas e todas elas importantíssimas”, acrescentou Célia Pilão.
Propõe-se assim a requalificação e ampliação da área daquele antigo colégio jesuíta, incluindo a da cerca envolvente que era dos muitos do colégio jesuíta e datam de finais do século XVI, como monumento nacional, concluiu.
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