"Estamos aqui para ficar", assegurou neste sábado Vanessa Pappas, encarregada do TikTok nos Estados Unidos, depois de o presidente americano, Donald Trump, anunciar que proibiria as atividades no país da empresa de origem chinesa.

"Temos escutado o vosso apoio crescente e queremos agradecer. Não temos planos de ir embora", diz um vídeo postado pela empresa com o objetivo de a acalmar os utilizadores preocupados.

"Estamos aqui para ficar. Continuem  fazer ouvir a vossa voz e continuem a apoiar o TikTok!", expressou Pappas.

A reação ocorre também depois de o jornal The New York Times noticiar este sábado que a ByteDance, empresa matriz chinesa do TikTok, ofereceu a venda do braço americano da companhia indo ao encontro do que pretende o governo americano, alegadamente preocupado coma proteção dos dados dos utilizadores americanos.

Outros meios reportaram que a Microsoft estaria a negociar a aquisição do TikTok, que atualmente tem cerca de mil milhões de utilizadores no mundo.

"Embora não comentemos as especulações, confiamos no sucesso a longo prazo do TikTok" nos Estados Unidos, respondeu o grupo.

Depois de semanas de boatos e pressões, o presidente Trump anunciou na sexta-feira que proibiria a atividade da rede social nos Estados Unidos.

A Casa Branca tinha informado horas antes que Trump se preparava para assinar uma ordem oficial para obrigar a ByteDance a se separar do TikTok, em nome da proteção da segurança nacional.

Washington suspeita que a empresa americana pode ser usada pelos serviços de inteligência chineses para fazer espionagem e roubar dados secretos, o que a companhia sempre negou veementemente.

Funcionários públicos e legisladores também têm expressado preocupação de que o TikTok seja usado como estes fins.

A popularidade da rede tem vindo a aumentar, um movimento especialmente notório durante  os meses de confinamento e distanciamento social.

"Devemos estar atentos ao risco de que se transfiram dados privados e confidenciais a governos abusivos, inclusive o nosso", alertou neste sábado Jennifer Granick, da organização de defesa dos direitos civis ACLU, referindo-se ao tema.

No entanto, destacou que "proibir uma plataforma, inclusive se fosse legalmente possível, prejudica a liberdade de expressão online e não faz nada para abordar o problema mais amplo da vigilância governamental injustificada".