Gretchen Whitmer, falada como possível candidata democrata à presidência, caso Joe Biden abandone a corrida, quer encontrar-se com membros de uma milícia de extrema-direita que conspirou para a raptar e matar, escreve o The Guardian.

A revelação da governadora do Michigan surge no livro "True Gretch", sobre a trama motivada pela resistência às medidas de saúde pública da Covid-19, em 2020.

"Perguntei se me poderia encontrar com um dos poucos conspiradores que se declararam culpados e assumiram a responsabilidade pelas suas ações, apenas para conversar", diz. A procuradora-geral do Michigan, Dana Nessel, disse que talvez fosse possível falar com os conspiradores, mas isso não aconteceu devido aos "vários julgamentos e recursos".

"Mas estou ansiosa por poder sentar-me e falar, cara a cara. Para fazer as perguntas e ouvir realmente as respostas. E, com sorte, dar um pequeno passo em direção à compreensão", revela Gretchen Whitmer.

O homem acusado de liderar um plano para sequestrar a governadora do Michigan foi condenado a 16 anos de prisão em 2022. Adam Fox conspirou para sequestrar a democrata e quis utilizar uma “arma de destruição em massa” para fazê-lo.

Os procuradores federais, que pediram prisão perpétua, consideraram Fox como a “força motriz” responsável pela tentativa de sequestro da governadora em 2020 na sua casa de férias, com o objetivo de iniciar uma "segunda revolução americana", segundo relatos dos ‘media’ norte-americanos.

A arma de destruição em massa era uma bomba que os procuradores dizem que os conspiradores planeavam detonar para impedir uma resposta da polícia ao sequestro e que seria colocada sob um viaduto interestadual, perto de uma faixa para pedestres.

Em meados de dezembro do ano passado, três outros homens foram condenados a até 12 anos de prisão por apoiarem os planos de sequestro de Whitmer, depois de terem sido condenados por crimes com armas de fogo e de fornecerem "apoio material" a um ato terrorista, na qualidade de membros do grupo paramilitar The Wolverine Watchmen.

Durante os meses mais difíceis da pandemia de covid-19, a governadora foi criticada por grupos conservadores e milícias de extrema-direita, e até pelo então presidente, o republicano Donald Trump (2017-2021), por impor o encerramento da atividade comercial e proibir aglomerações no seu Estado.